Foragido da Justiça, Bebeto Queiroz (PSB) foi diplomado prefeito de Choró, no Ceará, no último sábado 14 graças a uma procuração em que autorizou seu filho, Daniel Queiroz, a representá-lo na cerimônia. Caso fosse ao ato oficial, o pessebista correria o risco de ser preso.
A diplomação é a última etapa da eleição, passados os prazos de questionamento e de processamento do resultado. Trata-se do meio pelo qual a Justiça Eleitoral atesta a escolha das urnas, tornando aquela figura pública apta a assumir o cargo.
De acordo com o Ministério Público cearense, Bebeto é investigado por suposta participação em uma organização criminosa que atuava na compra de votos em dezenas de municípios do Ceará. Em 4 de outubro, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o grupo — na ocasião, os agentes apreenderam 600 mil reais em espécie com um dos alvos.
O prefeito eleito também foi alvo da Operação Ad Manus, que mira crimes contra a administração pública. As investigações revelaram indícios de que os valores utilizados para a compra de votos foram obtidos por meio de um esquema de caixa 2, envolvendo contratos públicos direcionados a empresas vinculadas à organização criminosa.
Em novembro, ele chegou a ser preso pela Polícia Civil, mas foi solto dez dias depois. Uma nova ordem de prisão contra ele foi expedida e, desde então, os investigadores tentam localizá-lo.
O pessebista recebeu 61,1% dos votos válidos em 6 de outubro, quando venceu Professor Antonio Delmiro (PT). Diante do sumiço do prefeito eleito, o MP Eleitoral pediu à Justiça que casse a chapa vencedora para evitar que Bebeto cumpra o mandato. Ainda não houve deliberação sobre o caso.