As recentes eleições no Reino Unido revelam a crise política que afeta os regimes dos países imperialistas. O Partido Conservador, que dominou o parlamento inglês por mais de uma década, foi derrotado de forma avassaladora em eleições convocadas pelo próprio primeiro-ministro deste partido. Foi um enorme e tardio repúdio a um governo que causou grandes danos ao país ao forçar a saída do Reino Unido da Europa e ao implantar um austericídio que paralisou a economia inglesa.

Foi o governo inglês, sob o comando do Partido Conservador, que durante este período se tornou o virtual causador da guerra na Ucrânia, ao impedir que o governo desse país desse continuidade às conversações de paz com o governo russo. Entre todos estes crimes, talvez o mais indigno tenha sido o cerco à embaixada do Equador, impedindo o asilo de Assange no país latino americano.

O Partido Trabalhista, que agora governa o país, não está livre de um governo inimigo dos interesses dos trabalhadores. A atual direção do Partido Trabalhista foi a responsável pelo trabalho sujo de perseguir e eliminar a direção anterior do partido de Jeremy Corbyn, que tinha uma característica de esquerda, e preparar sua transformação em partido também defensor das políticas criminosas do imperialismo.

A vitória do Partido Trabalhista foi a consequência do pior governo da história da Inglaterra, que provocou a implosão do partido conservador. O partido de extrema direita, o Partido Reformista, liderado por Nigel Farage, roubou o voto do partido conservador em vários distritos que, afinal, elegeram deputados trabalhistas.

O novo governo tem muito boas relações com a City de Londres e se distancia do campo popular e da solidariedade para com o povo palestino. A personalidade política de Starmer é de uma pessoa ligada diretamente ao imperialismo, apontada pelo site Grayzone como ligado ao Mi6.

A contagem oficial determinou que a distribuição dos deputados ficou assim: o Partido Trabalhista 411; Conservadores 121; Liberais Democratas 72; Partido Nacional Escocês 9; Sinn Féin 7; Reformista do Reino Unido 5; Partido Unionista Democrático 5; Partido Verde 4; Xadrez Cymru 4; Partido Social-Democrata e Trabalhista 2; Aliança 1; Partido Unionista do Ulster 1; Voz Unionista Tradicional 1; O Orador 1; Partido dos Trabalhadores da Grã-Bretanha 0; Independentes 6.

O Reino Unido, que está entre as 10 maiores economias do mundo, tem sido um dos países mais afetados pela crise econômica, em função da política econômica adotada pelo governo conservador, e estruturalmente resultante das exigências do imperialismo norte-americano de impedir que a Europa continuasse mantendo proveitosas relações econômicas com a Rússia.

O governo conservador liderou a iniciativa europeia de impor medidas de rompimento das relações econômicas com a Rússia, o que provocou uma espécie de “efeito bumerangue” contra a sua economia. O país entrou em recessão técnica no final de 2023, após dois trimestres consecutivos com resultados negativos.

A estagnação prolongada e a queda dos salários, os cortes drásticos nos gastos sociais, juntamente com o aumento mais recente dos preços da energia, dos alimentos e de outras mercadorias, atingiram mais duramente os membros da classe operária.

A ação do imperialismo na Europa encontrou no governo conservador inglês seu mais importante aliado. O resultado aí está. O programa limitado do Partido Trabalhista, que deve manter uma aliança íntima com o imperialismo, não vai tocar nem de leve nos problemas agudos da classe operária inglesa e também dos segmentos da classe média.

A crise do capitalismo inglês ainda terá novos desdobramentos em prazo não muito longo.

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Última Atualização: 09/07/2024