
Eleições gerais na Bolívia em 2025: Fim do ‘proceso de cambio’?
por Tatiane Anju Watanabe – de La Paz
GEALC – Grupo de Estudos e Análises da América Latina Contemporânea da UFABC
Em 17 de agosto pode haver uma reviravolta no processo político boliviano. As eleições presidenciais e legislativas serão palco de dois conflitos. O principal se dá entre uma coalizão de velhas e novas oligarquias neoliberais e o progressismo que governa o país desde 2006, com um intervalo de 11 meses causado pelo golpe de 2019. O segundo acontece no interior da esquerda, entre o presidente Luis (Lucho) Arce e o ex-presidente Evo Morales.
Nenhum dos dois está inscrito na disputa, mas o partido Movimiento al Socialismo – Instrumento Político por la Soberanía de los Pueblos (MAS-IPSP) encontra-se seriamente enfraquecido e a esquerda fragmentada. Nesse quadro, a velha direita tenta se recolocar como alternativa, frente à crise socioeconômica que atravessa o país, com inflação e falta de combustíveis. Será uma dura prova para o proceso de cambio (processo de mudança) que “refundou” a institucionalidade boliviana, com o definição constitucional da plurinacionalidade do país.
Profusão de candidaturas
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia registrou inicialmente dez candidaturas presidenciais. Duas delas foram retiradas, vislumbrando reduzida possibilidade de vitória: Eva Copa, única mulher na disputa, do Morena (Movimento de Renovação Nacional), racha do MAS, e Fidel Tapia Zambana, do NGP (Nova Geração Patriótica), de direita. O atual mandatário do país resolveu não se candidatar, dada a baixa popularidade do governo, e Evo Morales apesar de tentar se registrar com a sigla Pan-Bol (Partido de Ação Nacional Boliviano), teve sua candidatura inabilitada, além de estar com mandato de prisão por acusação de tráfico de pessoas, motivado por um suposto relacionamento com uma menor de idade.
Entre os postulantes da direita estão: Samuel Doria Medina (Alianza Unidad), o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (Alianza LIBRE), Manfred Reyes Villa (APB-Súmate), Rodrigo Paz Pereira (Partido Demócrata Cristiano) e Pavel Aracena Vargas (Frente Libertad y Progreso). Johnny Fernández (UCS), um nome de pouco destaque eleitoral, se encontra no “centro democrático”, segundo o mesmo. E entre os candidatos de esquerda estão somente Andrónico Rodríguez (Alianza Popular) e Eduardo Del Castillo (MAS-IPSP). A disputa real se dará entre Doria Medina, Tuto Quiroga, Reyes Villa, Paz Pereira e Andrónico Rodríguez.
Doria Medina foi Ministro de Planificação no governo de Jaime Paz Zamora, de 1991 a 1993, e já se lançou como candidato presidencial em 2006, 2009 e 2014. É um multimilionário, empresário na indústria de cimento, construção, hotelaria e franquias de Burger King.
Tuto Quiroga foi vice-presidente no governo neoliberal de Hugo Banzer (1997-2001) e assumiu a liderança do país por um ano em 2001-2002. Em disputas posteriores jamais alcançou margem significativa de votos.
Manfred Reyes é um militar aposentado, empresário e foi eleito prefeito de Cochabamba em 2005. Além disso, também já tentou se candidatar a presidente em 2002 e 2009.
Paz Pereira é filho do ex-presidente da Bolívia Jaime Paz Zamora (1989-1993), senador pelo departamento de Tarija. Nascido na Espanha, estudou quase toda sua juventude no exterior.
Andrónico Rodríguez, por sua vez, histórico aliado de Evo Morales, é o principal nome da esquerda, lançado pela Aliança Popular, coalizão de pequenos partidos. É presidente do Senado, tem origem camponesa e cochabambina, e foi dirigente cocalero, assim como Morales. Integrou o MAS-IPSP, desligando-se com a crise do partido para se lançar candidato. Foi acusado de traição por evistas e arcistas. O bloco Alianza Popular é composto por três partidos, Movimiento Terceiro Sistema (MTS), sigla de Andrónico, e o Partido Socialista Revolucionario e MATE (do Chaco).
Eduardo del Castillo, candidato do MAS-IPSP, deverá ter pouca relevância eleitoral. Nesse quadro confuso, Evo Morales prega o voto nulo em protesto contra o não registro de sua candidatura.
A oscilação das pesquisas
Segundo a pesquisa eleitoral Ipsos Ciesmori do canal Unitel, realizada nacionalmente nos dias 25 e 27 de julho, há um empate técnico entre os dois principais nomes da direita, com Samuel Doria Medina apresentando 21,3% das intenções de votos e Tuto Quiroga com 19,6%. Já o principal nome da esquerda, Andrónico que vinha se apresentando em terceiro lugar com 11,8% dos votos, agora aparece em quarto com 6,1%, e Manfred ocupa a terceira posição com 8,3%. Paz Pereira, por sua vez, emerge em quinto com 5,8%.
Já os outros três candidatos têm menor projeção eleitoral, Del Castillo (2,1%), Fernández (1,8%) e Aracena (0,3%). Vale destacar que caso Del Castillo, que representa o MAS-IPSP, não consiga pelo menos 3% dos votos, segundo a lei boliviana 1096/2018, seu partido perderá personalidade jurídica e não poderá lançar candidatura na próxima eleição presidencial.
Deve-se ressaltar, no entanto, que nenhum dos oito candidatos têm mais votos do que a soma de nulos (13,6%), brancos (8,1%) e indecisos (12,4%), padrão verificado em sondagens eleitorais de eleições passadas. Em 2020, uma das últimas pesquisas da Ciesmori antes da eleição indicava que Luis Arce teria 30,6% das intenções de votos, e a tendência de indecisos, nulos e brancos somariam 27,5%. No entanto, o presidente acabou ganhando com 55%, e os nulos e brancos somaram somente 5%. Apesar disso, diferentemente do que já ocorreu no passado, agora não é mais a direita, mas parte da esquerda que faz campanha pelo voto nulo, com significativa base social. Resta ver se o ex-presidente Morales e seus aliados irão até o fim com suas diretrizes.
Em 1º. de agosto houve o primeiro debate presidencial oficial, em que todos os candidatos participaram. A direita enfatizou questões como maior participação do capital privado e atração de investimento externo; crítica aos 20 anos dos governos de esquerda; necessidade de pensar outro projeto de industrialização do lítio; combate à corrupção; liberdade para os chamados “presos políticos”, como Jeanine Añez e Luis Fernando Camacho; e prisão para Evo Morales.
Já a esquerda reivindicou os avanços do proceso de cambio; enfatizou a defesa do Estado Plurinacional; defendeu a industrialização do lítio, um desenvolvimento sustentável e com responsabilidade social; acusou a direita de tentar se colocar como nova, mesmo sendo a velha direita neoliberal que já governou a Bolívia por 20 anos; e evitou falar sobre a situação atual de Evo Morales.

A disputa pelo Congresso
O país também passará por eleição das suas duas câmaras legislativas, renovando os 130 deputados e 39 senadores.
As candidaturas se dividem nas dez vertentes de alianças e partidos apresentados. É digno de nota o fato de 64,2% das candidaturas não terem sido habilitadas por não cumprirem requisitos legais necessários. As alianças/partidos tiveram até dia 3 de julho para substituir essas candidaturas. Diante desse cenário, os apoiadores de Evo Morales têm afirmado que as eleições estão judicializadas e carecem de legitimidade.
Em 2020 o governo Lucho conseguiu maioria do MAS-IPSP nas duas câmaras, porém não logrou os dois terços necessários para decisões- chave, como aprovar reformas constitucionais ou destituir a presidência. Assim, o MAS-IPSP conseguiu no senado 21 cadeiras, a Comunidad Cuidadana (CC) 11, e o Creemos 4. Já para deputados obteve 75, CC 39 e Creemos 16.
Essa composição positiva para o governo, no entanto, passou por mudanças devido à crise interna no partido, e com uma base de deputados e senadores evistas que, apesar de se manterem na sigla do partido, passaram para a oposição. Assim, o governo teve dificuldades para aprovar créditos extraordinários, que segundo seus integrantes, eram necessáriom para conseguir tirar o país da crise.
A perspectiva é emergir das urnas um parlamento fragmentado entre forças distintas. No entanto, caso o conservadorismo alcance maioria e suas agremiações se unam, conseguindo os dois terços necessários para alterar a Constituição, haverá risco para os avanços do proceso de cambio implementados desde 2006.
O fim da aliança Evo-Lucho
Para compreender o conflito Evo-Lucho Arce, é necessário voltar um pouco na história.
Evo Morales, indígena aymara, liderança cocalera e de origem camponesa, foi eleito em 2006 com mais de 50% dos votos, colocando para trás vinteanos de neoliberalismo na Bolívia e iniciando o proceso de cambio, momento histórico que garantiu mudanças políticas estruturais no país, com a aprovação de uma nova constituição política que reconheceu a plurinacionalidade e a nacionalização dos recursos naturais.
Com Evo Morales na presidência, o país viveu tempos de avanços socioeconômicos. Segundo o Instituto Nacional de Estadística do país, o crescimento do PIB chegou a 6,78% em 2013; houve também aumento do salário-mínimo, que passou de 500 bolivianos em 2006 para 2122 bolivianos em 2019; queda da taxa de pobreza, de 59,9% em 2006 para 37,2% em 2019 e da extrema pobreza, de 37,7% para 12,9% no mesmo período. Esses foram os resultados de políticas de transferência de renda, a partir de royalties extraídos da exploração de hidrocarbonetos nacionalizados, em especial do gás natural.
O período, conhecido como “milagre econômico boliviano”, teve como um dos principais responsáveis Luis Arce, Ministro de Economia e Finanças durante o governo Morales, e um dos responsáveis por elaborar o programa econômico de sua campanha, em 2005. Assim, não é possível analisar o sucesso econômico durante os 14 anos de governo Morales sem considerar a aliança Evo-Lucho que possibilitou esse cenário positivo.
Quando Evo Morales sofreu um golpe de Estado, em novembro de 2019, que o forçou a renunciar e buscar exílio na Argentina e no México, Jeanine Añez tomou o poder reprimindo protestos sociais contra o golpe. O resultado imediato foi mais de trinta assassinatos pelas mãos da polícia e do Exército.
A partir de pressão popular, uma nova eleição presidencial foi garantida em outubro de 2020. Do exílio na Argentina, Evo indica Lucho como o candidato do MAS-IPSP, que ganha a eleição com maioria absoluta. Foi um claro repúdio popular ao golpe.
Com a volta da esquerda, Evo Morales volta à Bolívia e o proceso de cambio continua. No entanto, o governo foi marcado pela crise, cenário que observamos agora no país.
Os ventos da crise
A crise socioeconômica tem sido a marca do governo de Luis Arce, que sofre com a falta de reservas internacionais (dólares e ouro), que chegaram a $15 bilhões em 2014, na gestão Evo. Em abril último estava em $2,6 bilhões. Com a falta de dólares para controlar o preço dos combustíveis e garantir o abastecimento interno via importação, o preço subiu e houve desabastecimento no mercado interno. Esse ponto tem sido um dos mais propagandeados pela oposição. Outros indicadores alcançam patamares dramáticos: a inflação chega a 5,2% (junho/2025) e o desemprego a 7,9% (primeiro trimestre de 2025).
Esse cenário gerou mobilizações de rua contra o governo, como atos políticos e bloqueios de estradas, além de forte resistência da oposição no Congresso.
O fim da aliança
Desde a chegada de Arce à presidência, o mandatário tomou medidas que geraram resistência da base evista no partido, criando um gabinete de ministros distantes de Morales. Essa autonomia também se expressou na questão da industrialização do lítio, em que Lucho considerou que o projeto em prática durante o governo Morales, de explorar o lítio a partir de piscinas com técnica de evaporação era inadequada. A partir daí, optou pelo uso de tecnologia de Extração Direta de Lítio (EDL), que depende de contratos com empresas estrangeiras.
No entanto, a produção de lítio continua a taxas baixas, e o governo agora espera o congresso aprovar os contratos firmados no final de 2024 com a Hong Kong CBC Investment (China) e a Uranium One Group (Rússia). As duas contam com investimentos bilionários para construção de fábricas de carbonato de lítio (lítio grau bateria).
A autonomia do governo Arce com a base evista se demonstrou também com a persecução penal de mais de dez ex-funcionários da estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB). Entre esses estão os idealizadores do projeto de industrialização de lítio durante o governo Morales, e ex-diretores da YLB, Carlos Montenegro e Luis Alberto Echazú, acusados de corrupção. Montenegro se suicidou e Echazú encontra-se em prisão domiciliar. Segundo o ex-presidente Morales, trata-se de perseguição política e o governo Arce se utiliza da perseguição para “tapar seu fracasso”, já que em cinco anos de governo não houve avanço no processo de industrialização do lítio.
O conflito Evo-Lucho agravou-se com a tentativa de golpe de Estado orquestrada pelo comandante do Exército boliviano, General Zúñiga, em junho de 2024. Na ocasião, apesar de Morales publicamente repudiar o ocorrido, logo depois acusou Lucho de ter armado um auto-golpe como tentativa de melhorar sua popularidade.
Assim, com a disputa interna no MAS-IPSP, a fração arcista realizou um congresso em El Alto, em fins do ano passado, destituindo Morales da presidência, posição que ocupava por mais de 20 anos. Em seu lugar entrou Glover García, aliado do presidente. Apesar da fração evista ter realizado um congresso um ano antes, no qual expulsou o atual mandatário do partido e indicou Morales como o candidato presidencial para 2025, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país anulou o resultado e solicitou a realização de um novo congresso, que nunca ocorreu. No entanto, isso levou a base evista a acusar os órgãos judiciários de atuar em favor do governo.
Evo Morales se desfiliou do MAS-IPSP em fevereiro de 2025 e fundou um partido chamado Evo Pueblo, para habilitá-lo na disputa eleitoral. Contudo, uma resolução de 2023 do TCP (Tribunal Constitucional Plurinacional) vetou a possibilidade da reeleição indefinida, o que impede a postulação de Morales. Em seu favor, ele aponta o artigo 168 da Constituição, que diz que o presidente e vice-presidente podem se reeleger somente uma vez de forma contínua, abrindo a possibilidade de uma nova candidatura descontinuada.
Evitando a prisão
Morales se encontra na região de Chapare, Cochabamba – seu reduto eleitoral – para evitar ser preso. O ex-mandatário nega as acusações e afirma ser vítima de uma perseguição judicial do governo Arce.
Com sua candidatura fora do jogo, Evo e sua base partiram para uma campanha pelo voto nulo. O ex-ministro de Mineração e Metalurgia (2010-2012) José Pimentel Castillo, em entrevista exclusiva em 28 de julho, afirmou: “Eu classifico essas eleições como não democráticas, ilegais e que alguém precisa realizar uma maneira de expressar essa desconformidade. E talvez a maneira democrática de expressar seja
o voto nulo”.
Em contrapartida, Francisco Tupaj Garcia de Alarcón, sobrinho do ex-vice-presidente Álvaro Garcia Linera, militante do coletivo digital Boquerón, ex-militante do MAS-IPSP e membro da campanha por Andrónico, apesar de concordar que houve irregularidades no processo eleitoral não considera que a saída seja o voto nulo. Em entrevista exclusiva, declarou:
“Se algo cultivou o proceso de cambio, o governo do MAS, é que a saída sempre é democrática. Em 2003 houve uma insurreição popular, as pessoas foram às ruas, derrubaram o governo, e a resposta de Evo foi ‘vamos às urnas, não façamos uma revolução, vamos às urnas e veremos o que acontecerá.’ Em 2008 houve uma tentativa separatista no país, morrem 32 pessoas, e a resposta de Evo foi ‘vamos a um referendo revogatório, veremos nas urnas que somos maioria’. Em 2019 se deu a renúncia de Evo e no ano seguinte outra insurreição popular, e Evo disse ‘não vamos derrubar esse governo nas ruas, vamos às urnas’. Então se você ensinou, cultivou no seu povo que a resposta sempre são as urnas, então o povo vai votar, e mesmo se você não está, seguirá votando, porque a memória coletiva que se sedimentou é que a solução em tempos de crise é votar. Sair às ruas, claro que sim, incendiar tudo, sim, mas depois de incendiar, vai votar”.
A esquerda engalfinhada em si mesma
Há dois candidatos que reivindicam os legados do proceso de cambio e apresentam propostas que visam a continuidade ao mesmo tempo que falam de renovação: Andrónico Rodríguez e Eduardo Del Castillo. Enquanto o último tem menos de 3% das intenções de votos, o primeiro tem caído nas pesquisas.
O fato de haver dois candidatos de direita na liderança das pesquisas não pode ser ignorado. Isso é fruto da crise socioeconômica que o país enfrenta e também da crise na própria esquerda. O cenário fortalece a direita, que tenta se colocar como a solução para os problemas do país, prometendo avanços, renovação e o fim do proceso de cambio.
Contudo, é possível que uma vitória presidencial da direita não apresente automaticamente o fim do projeto plurinacional, que é assegurado pela constituição. Assim como houve resistência durante os onze meses de governo Añez, é esperado que haverá resistência a qualquer político que tente alterar a constituição e retroceder nas pautas que foram conquistadas, como a plurinacionalidade e a nacionalização dos recursos naturais.
Caso a esquerda ganhe, também é esperado que haja resistência e dificuldade para governar. A direita, como foi demonstrado no golpe de 2019, voltou a se articular, e a tendência é que a base evista continue mobilizada, caso não se posicione a favor de um candidato no segundo turno.
Recorde-se que o sistema de segundo turno é novo na Bolívia, sendo introduzido na nova constituição política em 2009, e desde então, nunca houve segundo turno presidencial, com o MAS-IPSP sempre garantindo a vitória em primeiro turno. Ao que tudo indica, talvez essa seja a primeira vez na história do país que haverá segundo turno.
Diante da possibilidade do MAS-IPSP perder personalidade jurídica por não alcançar o mínimo de 3% dos votos, esse pode ser o fim da relevância eleitoral do partido. No entanto, o proceso de cambio nunca foi resultado da mobilização do MAS-IPSP, pelo contrário, as mobilizações antineoliberais (1999-2005) que possibilitaram o proceso de cambio resultaram na vitória do MAS-IPSP. Dessa forma, o enfraquecimento do partido não significa automaticamente que a base que sustentou o proceso de cambio se encontra igualmente enfraquecida. Isso se revela principalmente levando-se em conta que o resultado eleitoral inexpressivo da candidatura de Del Castillo, previsto nas pesquisas, pode demonstrar que enquanto Arce ficou com a direção do partido, a base saiu com Evo.
Podemos esperar que os próximos cinco anos no país continue com fortes mobilizações, independente do resultado eleitoral. A diferença é que a direita no poder, como já ocorreu no passado, tenderá a atuar com maior repressão contra essas mobilizações, como já tem sinalizado em seus discursos, inclusive na captura de Evo Morales. O futuro do ex-mandatário também tende a influenciar o futuro político do país.
Tatiane Anju Watanabe – Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Mundial da Universidade Federal do ABC, e pesquisadora do Grupo de Estudos e Análises da América Latina Contemporânea (GEALC).
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