As eleições municipais, marcadas para o próximo mês de outubro, devem mostrar o tamanho da influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o comportamento dos eleitores brasileiros.
Afinal, os dois personagens captaram os distintos anseios da população nos últimos anos. Uma eleição que pode servir de exemplo na disputa é a que acontecerá em São Paulo, que vai colocar frente a frente, entre outros candidatos, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).
Entretanto, a polarização no país pode contribuir para a rejeição a candidatos apoiados por Lula e por Bolsonaro. É o que mostra a pesquisa “A Cara da Democracia”, feita por pesquisadores da UFMG, Unicamp, UnB e Uerj; e divulgada no último domingo 14.
De acordo com o levantamento, a cada dez eleitores, entre quatro e cinco dizem que não vão votar “de jeito nenhum” em candidatos apoiados ou pelo atual presidente ou pelo antecessor.
Um eventual apoio de Lula ajuda mais e atrapalha menos que o de Bolsonaro. Quase metade (40%) dos entrevistados disseram que descartam votar em um aliado de Lula, enquanto 27% dizem que votariam “com certeza” e outros 26% consideram a possibilidade.
A rejeição a um apoio de Bolsonaro é de 49%, segundo a pesquisa. Enquanto isso, 20% dizem que certamente votariam em alguém apoiado pelo ex-capitão, e outros 26% dizem que poderiam votar.
A rejeição aos apoios de Lula e Bolsonaro é maior do que o rechaço ao apoio dos governadores, que alcançou 36%. Ainda no caso dos governadores, o percentual dos que disseram que “com certeza” votariam em um candidato apoiado pelo mandatário local ficou em 21%.
A pesquisa também captou a avaliação sobre as principais figuras políticas do país. No caso de Lula, apesar dos que disseram “não gostar” ou “gostar pouco” terem passado de 35% para 40%, entre 2023 e 2024, os que “gostam muito” somaram 35% neste ano.
É o índice mais alto entre as principais figuras políticas do país, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que ficou com 16%, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que alcançou 9%.
A pesquisa “A Cara da Democracia” foi feita entre 26 de junho e 2 de julho. Mais de 2,5 mil entrevistas foram feitas em todo o país, de maneira presencial. A margem de erro é de dois pontos percentuais.