Em entrevista ao Estadão, o historiador e pesquisador australiano Ze’ev Rosenkranz, que reside em São Paulo, discutiu a relação do físico Albert Einstein (1879-1955) com o socialismo.
Rosenkranz recentemente publicou o livro Os Diários de Viagem de Albert Einstein: América do Sul, 1925, pela editora Record. No contexto do livro, a passagem do gênio da física pelo continente, incluindo o Brasil. O pesquisador foi curador da Universidade Hebraica de Jerusalém e diretor do projeto Einstein Papers. Segundo ele, a viagem pelo continente rendeu passagens de diário que, lidas sob a luz dos dias de hoje, podem ser consideradas problemáticas, visto a depreciação atribuída às pessoas e cultura daqui.
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Ele pondera que no limite o pensamento era contraditório, pois, no seu particular, Einstein anotava certas coisas que contrastavam com suas exposições públicas mais progressistas.
Sobre preferência política, Rosenkranz afirma que a simpatia de Einstein pelo socialismo ocorreu nos seus últimos anos, reforçando que ele mudou suas opiniões ao longo da vida e destacando o quanto era complexo o pensamento do físico.
Para se aprofundar mais sobre o pensamento do pai da teoria da relatividade sobre o tema, existe a versão em português do ensaio “Por que o Socialismo?” (1949), encontrado facilmente online.
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Em certo trecho do texto Einstein diz: “Estou convencido de que existe apenas um caminho para eliminar esses graves males, e esse é o estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educacional orientado para objetivos sociais.”
*Com informações Estadão. Edição Vermelho, Murilo da Silva