
O Egito começou a deter e deportar centenas de ativistas que chegaram ao Cairo na quarta-feira para participar da Marcha Global para Gaza, uma mobilização em massa que se descreve como um esforço não violento, liderado por civis, para pôr fim ao cerco israelense. A marcha planeja culminar em um acampamento na fronteira de Rafah.
De acordo com relatos da mídia árabe, os participantes foram confrontados pelas autoridades egípcias tanto no Aeroporto Internacional do Cairo quanto nos hotéis onde estavam hospedados antes do início da marcha, previsto para quinta-feira.
Cerca de uma dúzia de viajantes, a maioria cidadãos marroquinos, teriam tido a entrada negada ao chegar ao Egito.
O porta-voz da Marcha Global para Gaza, Saif Abukeshek, confirmou à AFP que mais de 200 participantes foram detidos, incluindo cidadãos dos Estados Unidos, Austrália, Holanda, França, Espanha, Marrocos e Argélia.
De acordo com Abukeshek, policiais à paisana entraram em hotéis na quarta-feira para interrogar ativistas, alguns dos quais tiveram seus pertences pessoais revistados e celulares confiscados. “Após os interrogatórios, alguns foram presos e outros liberados”, disse Abukeshek à AFP.
O Ministério das Relações Exteriores do Egito emitiu um comunicado na terça-feira alertando que viagens para áreas próximas à fronteira com Gaza – particularmente a cidade de Al-Arish e a passagem de Rafah, pontos de partida e chegada planejados para a marcha – exigem autorização prévia. A nota também observou que os participantes devem se submeter às “medidas regulatórias estabelecidas para garantir a segurança das delegações visitantes”.