A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta sexta-feira (16) a nota de crédito dos Estados Unidos, principal economia do mundo. A classificação caiu de “AAA” para “AA1”, com mudança na perspectiva de “negativa” para “estável”. Com informações do g1.
Segundo a Moody’s, o motivo do rebaixamento é o aumento expressivo da dívida pública norte-americana e dos juros da dívida, que já superam os níveis observados em outros países com classificação semelhante.
“As sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros”, afirmou a agência em comunicado oficial.
Impasse político nos EUA agrava cenário econômico
O cenário se agravou após os republicanos no Congresso rejeitarem um projeto tributário proposto pelo presidente Donald Trump. A proposta era considerada essencial para viabilizar o plano fiscal do governo, mas enfrentou resistência interna.
O Partido Republicano está dividido entre a ala mais conservadora, que vê o projeto como uma oportunidade para reduzir os gastos públicos, e parlamentares moderados que temem os efeitos negativos de cortes profundos em programas sociais — o que poderia comprometer a maioria republicana na Câmara, hoje de 220 a 213 cadeiras, nas eleições de meio de mandato de 2026.
Entenda o que significa o rebaixamento da nota de crédito
A classificação de crédito soberano é uma espécie de selo de confiança atribuído por agências de risco a países emissores de dívida. Essa nota indica a capacidade do governo de pagar seus compromissos financeiros, sendo um termômetro importante para investidores globais.
As notas variam de “D” (nível mais baixo) até “AAA” (nível mais alto), e são divididas entre dois grandes grupos:
- Grau de investimento: indica menor risco de inadimplência.
- Grau especulativo: sugere maior risco de calote e instabilidade econômica.
Quando um país tem sua nota rebaixada, como no caso dos EUA, isso pode gerar desconfiança nos mercados, dificultar o acesso a crédito e até pressionar os juros pagos por novas dívidas.
O rebaixamento da nota dos Estados Unidos pode provocar instabilidade nos mercados internacionais, afetando desde o valor do dólar até os índices de bolsas ao redor do mundo. Como os EUA são considerados referência de segurança financeira global, qualquer mudança em sua avaliação de crédito gera reações em cadeia nos investimentos internacionais.
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