
O mercado de trabalho brasileiro apresentou melhora significativa no trimestre encerrado em maio de 2024, com a taxa de desemprego caindo para 6,2%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,8%) e redução de 1 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2023 (7,1%).
O número total de desempregados no país chegou a 6,8 milhões de pessoas, uma redução de 8,6% frente aos três meses anteriores (7,5 milhões) e queda de 12,3% em relação a maio de 2023 (7,8 milhões).
“O mercado de trabalho se mostra aquecido, levando à redução da mão-de-obra mais qualificada disponível e ao aumento de vagas formais”, analisou William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, em entrevista ao G1.
Entre os destaques positivos está o recorde histórico no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que alcançou 39,8 milhões de pessoas, aumento de 0,5% no trimestre e alta de 3,7% no ano. A população ocupada como um todo chegou a 103,9 milhões, com crescimento de 1,2% frente ao trimestre anterior e 2,5% na comparação anual.

A taxa de informalidade apresentou melhora, caindo para 37,8% (39,3 milhões de trabalhadores), contra 38,1% no trimestre anterior e 38,6% em 2023.
Segundo o IBGE, esse movimento reflete principalmente a estabilidade no número de trabalhadores sem carteira (13,7 milhões) e o aumento de 3,7% nos trabalhadores por conta própria com CNPJ.
Outro indicador positivo foi a redução do desalento (pessoas que desistiram de procurar emprego), que atingiu o menor patamar desde 2016, com 2,89 milhões de pessoas nessa condição – queda de 10,6% no trimestre e 13,1% no ano. “O aumento da ocupação gera mais oportunidades, percebidas pelas pessoas que estavam desmotivadas”, explicou Kratochwill.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho (que inclui desempregados, subocupados e desalentados) ficou em 14,9%, recuando 0,8 ponto percentual no trimestre e 1,9 ponto percentual no ano. O nível de ocupação (percentual de pessoas trabalhando na população em idade ativa) subiu para 58,5%, aumento de 0,6 ponto percentual frente ao trimestre anterior.
Principais indicadores:
– Taxa de desocupação: 6,2%
– População desocupada: 6,8 milhões
– População ocupada: 103,9 milhões
– Empregados com carteira: 39,8 milhões (record)
– Trabalhadores informais: 39,3 milhões
– Taxa de informalidade: 37,8%
– Desalentados: 2,89 milhões (menor desde 2016)