O avanço das políticas de militarização e privatização nas escolas públicas paulistas encontra agora uma nova forma de resistência. No dia 17 de junho, às 19h, será lançado o Mapeamento dos Ataques à Educação Pública de São Paulo, uma ferramenta inédita que transforma denúncias isoladas em um retrato coletivo da crise que atravessa a rede pública de ensino no estado, com apoio do Jornal GGN. O evento acontecerá no Auditório do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), no centro da capital.
A atividade reunirá famílias, estudantes, professores, trabalhadores do quadro de apoio, diretores, especialistas em educação, entidades sindicais e parlamentares em um esforço conjunto para dar visibilidade ao desmonte da educação pública promovido pelas administrações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Um mapa para não deixar dúvidas
Desenvolvida pela Campanha Salvem a Escola Pública em parceria com a Frente Popular em Defesa da Escola Pública, e o apoio de diversas entidades e do GGN, a plataforma permite o envio anônimo de denúncias sobre processos autoritários em andamento nas escolas: militarização, terceirizações, fechamento de turmas, perseguições políticas e afastamentos arbitrários de diretores.
Todos os relatos são geolocalizados em um mapa interativo (acima e pelo link), facilitando a identificação de padrões nas ações do poder público. Alguns relatos são também disponibilizados em um boletim, disponível para leitura aqui.
“O objetivo é transformar experiências individuais em uma resposta coletiva e visível. O mapa mostra onde e como a educação pública está sendo atacada e ajuda a mobilizar as comunidades escolares e pressionar as autoridades”, explicam os organizadores.
Excesso de autoritarismo
As denúncias que motivaram a criação da ferramenta apontam para a falta de transparência e o uso de métodos autoritários na implementação de mudanças nas escolas. Afastamentos de gestores sem processo administrativo, ameaças, intimidações e silenciamento de professores, estudantes e familiares têm sido recorrentes.
Os argumentos usados pelo governo estadual e municipal para justificar essas ações — como os baixos índices no IDEB, IDEP e SARESP — são criticados pelas entidades organizadoras por ocultarem as verdadeiras intenções de redirecionar o orçamento público da Educação para interesses privados.
Resistência organizada
Para o lançamento, estão confirmadas presenças de universidades, coletivos estudantis, sindicatos e movimentos sociais. O Mapa dos Ataques à Educação Pública em São Paulo conta com o apoio do Comitê São Paulo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Famílias pela Educação Pública, Movimento Renova Sinesp, Coletivo REMA, Jornal GGN, QuatroV e Brigada pela Vida.
A plataforma já está no ar e será constantemente atualizada com novas denúncias e informações. Você pode acessar o mapa interativo clicando aqui: bit.ly/m/mapa-do-ataque-a-educacao-publica-sp.
Serviço
Lançamento do Mapeamento dos Ataques à Educação Pública de São Paulo
Quando: Segunda-feira, 17 de junho, às 19h
Onde: Auditório da APEOESP | Praça da República, 282 – Centro, São Paulo/SP
Aberto ao público – entrada gratuita