Publicamente, ninguém admite. Mas o PL começa a se preparar para um futuro pós-Bolsonaro. Ou melhor: pós-Jair. O partido vai realizar, a partir desta semana, um tracking para avaliar possíveis nomes para a disputa presidencial do próximo ano.
O objetivo não é saber exatamente quem será o candidato da direita e sim medir a rejeição de potenciais herdeiros do ex-presidente. O levantamento, no entanto, não vai fugir muito do ninho bolsonarista.
Eduardo Bolsonaro (PL) será o primeiro nome a ser testado. O deputado licenciado segue nos Estados Unidos, após abandonar o mandato de deputado federal no Brasil e anunciar uma licença de 120 dias para cuidar de assuntos particulares.
Eduardo já chegou a dizer, à revista Veja, que disputará a Presidência em 2026, caso seja um pedido de seu pai. “Obviamente, se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir. Inclusive meu nome já figurou em algumas pesquisas, né? Fiquei feliz”, disse em 31 de maio.
O PL também vai testar o nome de Michelle Bolsonaro. Inicialmente cotada a uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, a ex-primeira-dama tem o apoio do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para ser o nome Bolsonaro nas urnas em 2026.
Ambos os “pré-candidatos” teriam o apoio do ex-presidente, que quer manter controle do da chapa mesmo inelegível.
E os outros?
Nomes como os dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por ora não terão suas rejeições testadas pelo Partido Liberal. Isso porque o PL quer priorizar os nomes da própria sigla.
Não só por isso, Costa Neto tenta, desde meados do ano passado, atrair Tarcísio para a legenda. O cenário não é muito propício para isso no momento, dada a pressão que o Republicanos e o PSD exercem sob o governador.
A ideia é que Tarcísio dispute a reeleição em São Paulo, dada como certa. A disputa pela presidência, segundo a visão de seu partido (que tem um ministro no governo Lula), deve ser deixada para 2030.
