Eduardo Bolsonaro durante evento de extrema-direita nos EUA. Foto: Elizabeth Frantz/Reuters

Nesta sexta-feira (6), a Polícia Federal comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não respondeu aos contatos iniciais para prestar esclarecimentos no inquérito que investiga sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. Segundo relatório enviado à corte, a PF tentou contato por diversos meios sem obter retorno.

De acordo com a PF, foram feitas tentativas pelo e-mail funcional do parlamentar, por um endereço eletrônico pessoal, via aplicativo de mensagens no celular e pelo telefone do gabinete em Brasília.

A corporação afirmou que, segundo “comprovantes automáticos gerados pelo sistema de correio eletrônico, as mensagens foram devidamente recebidas pelos destinatários”. No entanto, destacou que “até a presente data, não houve qualquer retorno, manifestação ou resposta por parte do destinatário”.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) rindo sem olhar para a câmera
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes havia autorizado que Eduardo prestasse esclarecimentos por escrito, considerando que o deputado se encontra nos Estados Unidos. O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta indícios de que o parlamentar estaria tentando influenciar o governo de Donald Trump a impor sanções contra ministros do STF.

A PGR sustenta que as ações do terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no exterior teriam como objetivo interferir nas investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, processo no qual seu pai figura como réu.

A denúncia cita postagens em redes sociais e entrevistas do deputado como base para as suspeitas de crimes como coação, obstrução de investigações sobre organizações criminosas e abolição violenta do estado de direito.

Na quinta-feira (5), Bolsonaro foi ouvido pela PF nesta mesma investigação. Durante o depoimento, revelou ter transferido R$ 2 milhões para o filho via Pix, alegando que o valor seria para que Eduardo “não passasse necessidade” nos Estados Unidos. O réu por golpismo confirmou a declaração em coletiva após a oitiva na sede da PF em Brasília.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 06/06/2025