O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira 14 que não retornará ao Brasil neste momento e indicou que tende a abrir mão de seu mandato. Ele é alvo de uma investigação no Supremo Tribunal Federal por tramar nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
“Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil.”
A licença de Eduardo termina no próximo domingo 20.
Na última terça-feira 8, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes prorrogou por 60 dias o prazo para a Polícia Federal concluir o inquérito contra Eduardo.
Desde março, quando se licenciou do mandato, o deputado de extrema-direita passou a buscar punições a pessoas que, em sua avaliação, “violam os direitos humanos no Brasil”. Seu alvo número um é Moraes, relator da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 — que pode levar Jair Bolsonaro (PL) à prisão ainda neste ano.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou a possível prática de três crimes ao pedir a abertura do inquérito ao STF: coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.