Depois de chamar os governadores aliados de “ratos”, os filhos de Bolsonaro apontam a metralhadora para os correligionários da Câmara dos deputados e do Senado. Nesta sexta, 5, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) expôs publicamente as divergências internas do PL sobre a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
Em resposta a uma reportagem da CNN Brasil que revelou a articulação para excluir Jair Bolsonaro (PL) da medida, o deputado usou seu perfil no X para atacar a estratégia.
Elevou o tom e acusou adversários políticos de tentarem manipular o debate em troca de vantagens eleitorais.
“Deixa eu falar logo com todas as letras, para que vocês entendam bem. Eu sei que vocês querem tirar meu pai da anistia para poder chantagear ele e forçá-lo a escolher o candidato que vocês querem emplacar. Qualquer anistia que não seja ampla e irrestrita não será aceita. Já irei conversar com a base parlamentar do PL sobre isso”, escreveu.
“A anistia será ampla e irrestrita ou não contará com o apoio da direita e não terá efeito de diminuir as sanções internacionais. Esses planinhos escusos de vocês não irão prosperar. Vocês estão brincando com coisa séria e vão acabar sendo vistos como colaboradores dos violadores de direitos humanos”.
Deixa eu falar logo com todas as letras, para que vocês entendam bem. Eu sei que vocês querem tirar meu pai da anistia para poder chantagear ele e força-lo a escolher o candidato que vocês querem emplacar. Qualquer anistia que não seja ampla e irrestrita não será aceita. Já irei… pic.twitter.com/dYIgRh6RhM
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 5, 2025
A movimentação surgiu após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizar que um acordo poderia ser viabilizado se Jair Bolsonaro fosse retirado da proposta.
O objetivo seria destravar a votação em meio ao julgamento do primeiro núcleo envolvido na tentativa de golpe, contando com a adesão de parte da oposição.
Apesar de Jair Bolsonaro já ter indicado que não precisaria ser beneficiado, Eduardo tem defendido internacionalmente a anistia como condição para pacificação política no país. Ele enviou carta aos Estados Unidos defendendo a proposta e argumentando contra sanções. Para integrantes do PL, convencer o ex-presidente pode ser viável, mas reverter a ofensiva externa de Eduardo é considerado mais difícil.
