Neste sábado (23), o presidente nacional do PT Edinho Silva concedeu entrevista coletiva a diversos veículos de imprensa. No encontro, detalhou a estratégia do partido para os próximos anos, abordando mobilização popular, alianças políticas e a defesa da democracia. Destacou também a importância de ações coordenadas em todo o país e reafirmou o papel da sigla na articulação política e na promoção do diálogo com a sociedade.
Antes de abrir espaço para perguntas, ressaltou a relevância do próximo 7 de setembro como momento de conscientização política e mobilização cidadã. Ele afirmou que atos ocorrerão em todos os estados, cabendo a cada região definir a melhor forma de organização, seja nas capitais ou nas principais cidades.
O dirigente enfatizou que o objetivo principal é dialogar com a sociedade sobre o que está em disputa no país, conscientizando sobre os riscos de banalizar ataques às instituições, como os registrados em 8 de janeiro de 2023. E reforçou a necessidade de defender a soberania nacional diante de pressões externas.
As alianças do PT
Segundo Edinho, embora o foco seja a defesa da democracia, o partido atua igualmente para construir alianças internacionais com partidos e governos comprometidos com os valores democráticos. “Claro que a nossa prioridade nesse momento é a defesa intransigente da democracia brasileira, defendendo o governo Presidente Lula, defendendo as nossas instituições, mas nós também temos a compreensão que é necessário o diálogo internacional”, afirmou.
Quanto às eleições de 2026, o presidente ressaltou que o PT já iniciou o diagnóstico estadual necessário para organizar alianças estratégicas, objetivando construir palanques fortes para Lula, mas também buscando a eleição de parlamentares progressistas que fortaleçam a democracia.
Mobilização da esquerda e popularidade do governo
O dirigente avaliou que a esquerda está fortemente mobilizada para o próximo pleito, contradizendo a percepção de que a direita teria largado na frente. Segundo ele, as pesquisas recentes refletem a capacidade do PT e dos movimentos sociais de dialogar com parcelas da sociedade que haviam se afastado, recuperando apoio e ampliando a presença política em diversas regiões.
Ele ressaltou que o crescimento da popularidade do governo Lula se deve não apenas à força de sua liderança, mas também à execução de programas sociais e econômicos que impactam diretamente a vida da população. Entre eles, citou o Pé-de-Meia, o Minha Casa Minha Vida e iniciativas de geração de emprego e renda, que fortalecem o vínculo entre o governo e a sociedade. A saída do Mapa da Fome, pela 2a vez, representa um marco histórico a ser celebrado diariamente.
Voto religioso
Edinho reconheceu que o voto religioso é um assunto importante para o PT e destacou avanços recentes na ampliação do apoio dessas comunidades. “É só nós olharmos as últimas pesquisas. O governo do presidente Lula se recupera também entre os evangélicos”.
Para ele, programas de habitação, educação integral e combate à fome dialogam diretamente com os valores familiares desse público. Em sua avaliação, o partido tem lideranças evangélicas e católicas atuantes em diversos setores, e a intensificação da presença partidária junto a ajudará a superar preconceitos e fortalecer o diálogo com essas bases.
Federação, fascismo e Centrão
Segundo Edinho, o PT trabalha para ampliar sua federação e seu arco de alianças, garantindo a construção de um amplo movimento democrático capaz de enfrentar o avanço do autoritarismo. Ele alertou para o crescimento de forças fascistas e autoritárias, citando como exemplo o governo de Donald Trump, e defendeu a necessidade de consolidar alianças nacionais e internacionais para conter ameaças ao Estado democrático de direito.
Questionado sobre o Centrão e recentes movimentações no Congresso, Edinho avaliou que a contradição está nos próprios partidos que, apesar de participarem do governo, alinham-se à oposição. Ele explicou que a entrada de siglas do governo no Executivo foi uma decisão voluntária, e que o PT continuará dialogando com essas lideranças, disputando adesão política e buscando consolidar palanques e alianças para 2026. “Eles entraram porque escolheram estar com o governo Lula. Se quiserem nos ajudar a montar os palanques nos estados, serão bem-vindos”, afirmou.
Da Redação