Manifestantes ocuparam o saguão do edifício Trump Tower, em Nova Iorque, na última quinta-feira (14), em apoio a Mahmoud Khalil, ativista palestino residente permanente nos Estados Unidos. Ele foi detido por autoridades migratórias no sábado (9) e enfrenta ameaça de deportação pelo governo Trump devido à sua participação em protestos pró-Palestina na Universidade Columbia.

Os organizadores da mobilização escolheram a Trump Tower como local do protesto para enviar um recado direto ao ex-presidente Donald Trump. O grupo Jewish Voice for Peace declarou: “como judeus, estamos tomando a Trump Tower para registrar nossa recusa em massa. Não assistiremos passivamente enquanto esse regime fascista criminaliza palestinos e todos os que exigem o fim do genocídio financiado pelos EUA.”

Entre os manifestantes estava a atriz Debra Winger (Mulher Maravilha e Cowboys do Asfalto), que afirmou: “estou defendendo Mahmoud Khalil, que foi sequestrado ilegalmente e levado a um local não revelado. Isso parece com a América para você?”

A polícia prendeu 98 manifestantes enquanto esvaziava o prédio. Segundo a repórter Kristen Saloomey, da rede catarense Al Jazeera, os manifestantes entraram disfarçados de turistas e, ao retirarem os casacos, revelaram camisetas vermelhas com a frase “Not in our name” (Não em nosso nome).

Khalil continua detido

Embora uma decisão judicial tenha impedido temporariamente sua deportação, Khalil segue preso na Louisiana. Seus advogados pediram sua transferência para Nova York, onde poderia aguardar o processo ao lado da esposa, que está grávida de oito meses.

O advogado Ramzi Kassem afirmou que Khalil foi “identificado, alvo de perseguição, detido e está sendo processado para deportação devido à sua defesa dos direitos palestinos.”

A Casa Branca sustentou que Khalil pode ser expulso com base em uma lei que permite a deportação de residentes permanentes considerados uma ameaça à segurança nacional. A porta-voz Karoline Leavitt reafirmou que ele apoia “terroristas”, sem apresentar provas. Trump declarou que a prisão de Khalil é “a primeira de muitas.”

Enquanto isso, um grupo de estudantes da Universidade Columbia, incluindo Khalil, entrou com um processo contra a instituição para impedir o compartilhamento de registros disciplinares com o governo. O Comitê da Câmara dos Deputados sobre Educação e Trabalho solicitou esses dados para investigar estudantes envolvidos nos protestos pró-Palestina. Os alunos alegam que a medida viola a Primeira Emenda e suas garantias de privacidade.

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Last Update: 14/03/2025