Economia não é Caixa Eletrônico

Quando Lula (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) decreta que “não tem macroeconomia, não tem câmbio” e que basta pôr dinheiro no bolso do povo para tudo se resolver, ele não simplifica: ele deforma. Economia não é caixa eletrônico abastecido por discurso. É engenharia fina, cheia de engrenagens que rangem quando alguém resolve ignorá-las. Dinheiro circulando sem produtividade vira inflação. Sem âncora fiscal, vira desconfiança. Sem investimento, vira consumo curto e ressaca longa. Não industrializa; empobrece. Não estabiliza preços; corrói salários. É o velho truque de confundir alívio imediato com solução estrutural. A fala não é erro técnico — é escolha política. Prefere o aplauso fácil ao diagnóstico honesto. Trata o eleitor como plateia, não como cidadão. Vende atalho onde só existe caminho difícil. Promete abundância hoje e terceiriza o desastre para amanhã. No fundo, não há plano, há slogan. Não há política econômica, há retórica. O resultado é conhecido: crescimento artificial, inflação real e conta explosiva. Não é otimismo. É irresponsabilidade com crachá presidencial.

Artigo Anterior

“Eu quase que nada sei, mas desconfio de muita coisa”, por Eliara Santana

Próximo Artigo

STF mantém regra que reduz aposentadorias por invalidez

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!