Economia chinesa busca impulso interno e tecnologia em plano para 2026

A liderança chinesa definiu as prioridades de sua política econômica para 2026 em uma reunião estratégica que sinaliza uma nova fase de expansão orientada pelo mercado doméstico, inovação tecnológica e abertura internacional — uma movimentação que ecoa além das fronteiras do país e acende debates sobre o papel da segunda maior economia do mundo no equilíbrio global.

Segundo reportagem do Global Times, o Central Economic Work Conference, realizado em Pequim entre os dias 10 e 11 de dezembro, consolidou diretrizes para impulsionar a economia do país diante de um cenário externo cada vez mais incerto.

O presidente Xi Jinping, também secretário-geral do Partido Comunista da China (PCC) e chefe de Estado, revisou os principais resultados de 2025 e apontou que o país está prestes a fechar seu 14º Plano Quinquenal com metas essenciais alcançadas, mesmo diante de pressões de inflação global, tensões comerciais e riscos geopolíticos.

Inovação e mercado interno no centro da estratégia

O documento aprovado no encontro coloca como prioridades estruturais:

  • Expansão da demanda interna, com ênfase em consumo sustentável e aumento de renda de trabalhadores urbanos e rurais.
  • Promoção da inovação tecnológica como força propulsora de crescimento, incluindo o desenvolvimento de centros de pesquisa nas maiores regiões metropolitanas — de Pequim a Shenzhen.
  • Abertura econômica ampliada, com compromisso de reforçar a integração em cadeias globais, reforçar direitos de propriedade intelectual e ampliar acesso a setores de serviços.

Especialistas citados pelo Global Times destacam que a mudança de foco — de um modelo tradicionalmente dependente de exportações e grandes investimentos públicos para um modelo sustentado pelo dinamismo interno e pela tecnologia — representa resposta direta às tensões externas e à volatilidade dos mercados globais.

Impactos além das fronteiras

Para analistas, os movimentos de Pequim podem ter impacto direto no clima econômico global, ampliando a influência do país em regiões como África e Sudeste Asiático e fortalecendo alternativas ao papel histórico dos EUA e da União Europeia em temas como tecnologia, infraestrutura e comércio.

A aposta na demanda interna — incluindo políticas para aumentar salários reais e reduzir restrições ao consumo — também é vista como um contrapeso às ameaças de protecionismo vindas de grandes economias, incentivando uma economia mais resiliente.

O contexto estratégico

Este plano surge em um ano em que a China intensificou sua participação em fóruns multilaterais e lançou iniciativas diplomáticas e econômicas que enfatizam governança compartilhada, cooperação Sul-Sul e integração regional — temas que entraram nos debates sobre o futuro da governança global.

Enquanto isso, mercados e instituições internacionais acompanham de perto como o gigante asiático lidará com desafios internos como a transição industrial, revitalização tecnológica e equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade ecológica.

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