Divulgado hoje, ICB-Br subiu 3,58% nos últimos 12 meses; na comparação com novembro de 2023, alta chega a 4,1%
A economia brasileira manteve seu ritmo de crescimento em 2024, encerrando novembro com uma alta acumulada de 3,76% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Considerado uma “prévia do PIB”, o indicador avançou 0,1% em relação a outubro, superando as expectativas de estagnação do mercado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Banco Central.
O desempenho em novembro foi importante diante de desafios como a política de juros elevados, que continua freando o potencial da economia. A taxa básica de juros (Selic) está fixada em 12,25% ao ano, um dos fatores que limitam um crescimento mais robusto. Ainda assim, o IBC-Br acumulou um avanço de 3,58% nos últimos 12 meses.
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Crescimento acumulado
Na comparação anual, o IBC-Br registrou alta de 4,1% em novembro, indicando que a economia segue aquecida. O avanço de 0,89% no trimestre móvel encerrado em novembro, já ajustado sazonalmente, reforça essa tendência. Mesmo com a desaceleração em alguns setores, a expectativa para o crescimento do PIB em 2024 é de 3,5%, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
A previsão para 2025, até o momento, é mais modesta, com estimativa de 2,02%. A continuidade das políticas de incentivo à produção e a revisão da política monetária serão fundamentais para evitar uma queda no ritmo de crescimento.
Outro ponto de atenção recai sobre a indústria e o setor de serviços, responsáveis por impulsionar o PIB no início do ano, que apresentaram desempenho negativo em novembro. Segundo dados do IBGE, a produção industrial caiu 0,6%, enquanto o volume de serviços recuou 0,9%. No varejo, a retração foi de 0,4%. Os resultados refletem um cenário de incertezas no mercado interno e a pressão de custos, mas ainda mostram um mercado de trabalho resiliente.
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Juros elevados: um obstáculo ao crescimento
O cenário atual revela que a economia brasileira tem potencial para avançar mais rapidamente, mas os juros elevados seguem como um entrave significativo. Ao restringir o acesso ao crédito e desestimular o consumo, a política monetária adotada pelo Banco Central na gestão Campos Neto, que se encerrou em dezembro, impediu que a recuperação econômica fosse mais vigorosa. É necessário repensar essas estratégias para garantir maior dinamismo ao mercado interno e fomentar a geração de empregos.
Da Redação da Agência PT