A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) formalizou dois convênios com a TV do Trabalhador (TVT), emissora ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O acordo prevê a aquisição de novos equipamentos para os estúdios da TVT e a produção de 100 programas jornalísticos voltados à classe trabalhadora e aos movimentos sociais. A iniciativa representa um investimento de R$2,65 milhões, financiados por emendas parlamentares de 12 deputados e senadores do Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo a EBC, a TVT integra a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP) desde 2010 e já havia recebido emendas para aprimoramento de sua infraestrutura. O convênio atende a determinações da Lei Orçamentária.
Os recursos permitirão a modernização do parque técnico da emissora, incluindo a aquisição de novas câmeras, monitores, notebooks, mesa de som e um transmissor, com custo total estimado em R$1,85 milhão. Com isso, busca-se solucionar problemas de obsolescência, falhas de transmissão e ampliar a capacidade de produção da TVT.
Além da infraestrutura, R$800 mil serão destinados à elaboração e exibição de 100 programas jornalísticos inéditos, cada um com duração de uma hora.
Os parlamentares petistas que destinaram emendas para a iniciativa incluem Alfredinho (SP), Luizianne Lins (CE), Gleisi Hoffmann (PR), Fabiano Contarato (ES), Jaques Wagner (BA), Humberto Costa (PE), Airton Faleiro (PA), Kiko Celeguim (SP), Rogério Correia (MG), Rui Falcão (SP), Alencar Santana (SP) e João Daniel (SE). Alfredinho foi o maior contribuidor, com R$500 mil, seguido por Luizianne Lins (R$300 mil) e Gleisi Hoffmann (R$250 mil).
Criada em 2010, a TVT é mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. Por conta disso, a imprensa burguesa utilizou o anúncio da EBC para criticar o governo e o PT. É o caso do artigo PT vai bancar, via EBC, estúdio novo e ‘programas jornalísticos’ de TV ligada a metalúrgicos e CUT, publicado pelo Estadão, que, de maneira implícita, sugere haver algum tipo de corrupção na decisão do financiamento.
Ao mesmo tempo, entre 2023 e 2024, a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo destinou 177,2 milhões de reais em publicidade para a Rede Globo, montante que supera em 200 mil reais o que o governo Bolsonaro destinou à emissora entre 2019 e 2022. Sobre isso, sobre o financiamento da imprensa burguesa inimiga do povo e do próprio governo, no entanto, nem uma palavra dos grandes meios de comunicação. O problema é justamente financiar iniciativas independentes dos grandes monopólios, como a TVT.