A Austrália anunciou, na última quinta-feira [09/12/2021], que todas as pessoas nascidas a partir de 2008 serão proibidas de comprar e consumir cigarros. Essa medida foi tomada como parte do Plano de Ação Sem-Cigarros 2025. Ela foi anunciada pela ministra da Saúde Ayesha Verrall.

Isso significa que, de imediato, os adolescentes de 14 anos estão proibidos de consumir tabaco. No entanto, a medida ainda será eficaz quando esses indivíduos tiverem 25 anos, por exemplo. Todas as gerações posteriores a essa também serão proibidas de serem fumantes. Dessa forma, a medida visa combater qualquer consumo de tabaco para evitar supostamente as mortes decorrentes da prática. Os números são de 4 mil a 5 mil pessoas ao ano que morrem por complicações devido ao uso de cigarro.

Alguns consideram essa ação como progressista. Uma ação necessária e benéfica para a população, que deveria ser tomada por outros governos. Outros acham que impedir a população de tomar escolhas erradas é um dever do estado e que aquelas pessoas que não seguirem esse preceito devem ser punidas.

A polêmica sobre o cigarro já perdura há décadas. Ela já levou a diversas proibições, como a criação de áreas de fumantes em São Paulo e a proibição do fumo em locais fechados. Na época em que essas medidas foram tomadas, se colocou em discussão a necessidade de impor os interesses coletivos sobre os interesses individuais. Semelhante aos argumentos favoráveis à obrigatoriedade de vacina, que defendem o uso do poder de imposição do estado sobre a população por conta de um suposto “bem comum”.

No entanto, essa não é uma “bem” para a população. Em vez de determinar a melhoria de vida dos indivíduos da sociedade, a defesa do aumento do poder do estado sobre as escolhas individuais da população permite que ele fortaleça a sua dominação de classe sobre a sociedade. A opressão é o real resultado dessa equação. Uma hora é a proibição do cigarro, outra é a proibição de “ideologias violentas”, como seria chamado o movimento revolucionário pelas palavras da burguesia.

A defesa da liberdade de costumes e da liberdade de expressão da população é uma questão crucial para o desenvolvimento da sua luta contra a opressão capitalista. A livre organização da classe trabalhadora, o direito de greve, o direito de livre expressão, assim como o direito à liberdade de costumes, são questões centrais que os movimentos progressistas devem defender para a sociedade.

Artigo publicado, originalmente, em 13 de dezembro de 2021.

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Última Atualização: 15/07/2024