Boato – O Fórum Econômico Mundial teria solicitado a proibição do cultivo privado de alimentos para reduzir as emissões de CO₂.

Análise

Tem circulado em redes sociais uma mensagem que alega que o Fórum Econômico Mundial (WEF) teria solicitado aos governos de diversos países a proibição do cultivo privado de alimentos. Segundo as mensagens, essa medida faria parte de um plano para reduzir as emissões de CO₂ e alcançar a meta de “emissão zero” até 2030.

As postagens viralizadas mencionam ainda um estudo da Universidade de Michigan, supostamente financiado pelo WEF, que apontaria que as hortas urbanas e o cultivo caseiro de vegetais teriam um impacto ambiental maior que a agricultura industrial. O conteúdo também alega que a proposta está associada a “restrições alimentares” e ao “controle populacional por meio de vacinas”. Confira trechos do texto que circula online:

Proibição global de alimentos cultivados em casa para atingir “emissão zero” O Fórum Econômico Mundial (WEF) está pedindo aos governos de todo o mundo que proíbam o cultivo privado de alimentos para supostamente reduzir as emissões de CO₂. De acordo com o WEF, os alimentos cultivados em casa contribuem para a mudança climática, e é por isso que a proibição deve ajudar a atingir as metas “net zero”, até 2030.

Os cientistas da Universidade de Michigan, financiados pelo WEF, publicaram esse estudo na revista Nature Cities. O mais recente estudo do WEF afirma que a “pegada de carbono” das hortas urbanas e do cultivo privado de vegetais tem um impacto maior sobre o planeta do que a agricultura industrial. Pesquisadores da Universidade de Michigan publicaram essas descobertas na revista Nature Cities e descobriram que uma porção de produtos de hortas urbanas gera até cinco vezes mais CO₂ do que a agricultura convencional. […]

Embora os críticos argumentem que essas demandas restringem a autossuficiência das pessoas, o WEF está mantendo seus planos “net zero”. Nos EUA, 14 grandes cidades se comprometeram a banir carne, laticínios e veículos particulares até 2030. […]

Ao mesmo tempo, o WEF também está avançando com sua agenda permanente de imunização em massa. Na cúpula de Davos, em janeiro, os membros discutiram vacinas bianuais de mRNA como parte da medicina de precisão. Os planos incluem “injetáveis de ação prolongada” e vacinas “sensíveis ao clima” para combater várias doenças. A crescente influência do WEF sobre os governos está se tornando cada vez mais evidente. Os críticos alertam que essas medidas servem menos para proteger o clima e mais para controlar a população.

Checagem

Conteúdos alarmistas como este são um prato cheio para conspiracionistas, que não se importam com um “detalhe”: é tudo um monte de mentiras descabidas. A seguir, vamos analisar as seguintes questões: 1) Fórum Econômico Mundial proibiu o cultivo privado de alimentos para reduzir CO₂? 2) o cultivo privado de alimentos causa emissão de CO₂? 3) Quais são outras fake news do tipo que citam o Fórum Econômico Mundial?

Fórum Econômico Mundial proibiu o cultivo privado de alimentos para reduzir CO₂?

Não, o Fórum Econômico Mundial não propôs a proibição do cultivo privado de alimentos. O conteúdo viraliza informações falsas associando o WEF a um estudo publicado na revista Nature Cities. No entanto, o próprio coautor da pesquisa, Benjamin Goldstein, da Universidade de Michigan, esclareceu em entrevista à AFP que “não há qualquer recomendação para proibir a agricultura urbana ou o cultivo caseiro”. Além disso, o estudo não possui qualquer vínculo com o Fórum Econômico Mundial.

A pesquisa citada, na verdade, analisou a pegada de carbono de diferentes formas de agricultura urbana em países como Estados Unidos e Europa.

O cultivo privado de alimentos causa emissão de CO₂?

Sim, mas em níveis que não justificam uma proibição. A pesquisa publicada pela Universidade de Michigan indica que a agricultura urbana pode apresentar uma pegada de carbono maior em determinadas condições, principalmente em razão da infraestrutura utilizada (canteiros elevados, compostagem e materiais sintéticos). Contudo, o estudo sugere que a solução é melhorar a eficiência e promover práticas mais sustentáveis, e não abolir o cultivo caseiro.

Quais são outras fake news do tipo que citam o Fórum Econômico Mundial?

O Fórum Econômico Mundial é alvo frequente de teorias da conspiração que distorcem suas declarações. Entre outras fake news já desmentidas, estão a falsa alegação de que o Fórum contratou “pilotos não vacinados” para viajar até Davos, o boato de que o Fórum declarou que “pedófilos vão salvar a humanidade” e a alegação falsa de que um cineasta teria xingado globalistas durante uma reunião em Davos. 

Conclusão

A alegação de que o Fórum Econômico Mundial pediu a proibição do cultivo privado de alimentos para reduzir as emissões de CO₂ é falsa. O estudo citado nas mensagens virais não tem qualquer relação com o WEF, e seus autores reforçam que a pesquisa busca melhorar a sustentabilidade da agricultura urbana, e não proibir esse tipo de cultivo.

Fake news ❌

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610)

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Last Update: 21/03/2025