Investigação coordenada pelo governo Lula aponta que a facção criminosa comandava mais de mil postos de combustíveis e movimentou R$ 52 bilhões em fundos de investimentos
O governo do presidente Lula, por meio de uma ação coordenada entre diversos órgãos federais, como a Polícia Federal, a Receita Federal, além de apoio do Ministério Público e das polícias dos estados, lançou a maior operação da história contra o crime organizado. A Operação Carbono Oculto mira a estrutura financeira do Primeiro Comando Capital (PCC), a maior entidade criminosa do país. Mais de 1.300 policiais saíram às ruas de dez estados do país para prender lideranças, apreender bens e sequestrar imóveis e automóveis pertencentes ao crime.
A operação terá grande impacto na segurança pública e ataca o verdadeiro problema do crime organizado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou números históricos da segurança pública. Em coletiva de imprensa realizada em Brasília, em conjunto com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro Haddad destacou que esta é uma ação que mira a estrutura financeira da facção.
“É a maior ação da história do Brasil e inaugura uma forma nova de trabalhar. Estamos falando de um ano ou dois de trabalho, que começou em 2023. Mas os resultados vieram rápido, se a gente for levar em conta o grau de sofisticação da organização criminosa. É uma nova forma de trabalhar que está trazendo muita esperança para o governo brasileiro”, disse Haddad.
Ao longo do dia, a Receita Federal bloqueou R$ 1 bilhão que estava nos cofres do crime e bloqueou totalmente os recursos de 21 fundos de investimentos. A investigação aponta que em quatro anos, a facção movimentou R$ 52 bilhões por meio destes fundos, em um esquema onde as administradoras dos fundos sabiam que o dinheiro tinha origem ilícita e faziam parte do esquema de lavagem de capitais e sonegação de impostos.
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“Nós estamos falando de uma operação que contou com a investigação da PF e a fiscalização da Receita Federal. A fiscalização da Receita tem de ser colocada à disposição dos órgãos de combate ao crime organizado. A fiscalização da Receita permite que a gente possa decifrar os caminhos do dinheiro. São muitas camadas. Para chegar no patrimônio do criminoso, é necessário o trabalho dos auditores fiscais”, completou o ministro Haddad.
Mega estrutura
A Polícia Federal abriu o inquérito para investigar o caso em 2023. De lá para cá, se descobriu que o PCC detinha 1 mil postos de combustíveis em todo o país, além de 4 usinas produtoras de álcool e participação em duas. Foi identificada ainda uma frota de 1.600 caminhões, 6 fazendas avaliadas em 31 milhões, mais de 100 imóveis e foram sequestrados 1.500 automóveis que estavam à serviço do grupo criminoso.
O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que esta é umas das maiores operações contra o crime organizado no mundo e que foi possível graças ao empenho do governo brasileiro, liderado pelo presidente Lula. “A apropriação das organizações criminosas ao setor de combustíveis e a sua ligação com o setor financeiro e a lavagem de dinheiro. Com toda certeza é uma das maiores operações do estado brasileiro e ousaria dizer, uma das maiores operações a nível mundial. Uma operação desta envergadura só pode ser levada a cabo pelo governo do Brasil. O crime organizado não é mais local, não é apenas nacional, mas inclusive global. Portanto, somente uma visão macro, do governo brasileira, que se espalha pelos estados do Brasil, poderia permitir essa operação”, disse.
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O ministro ressaltou ainda que o governo Lula montou um Núcleo de Combate ao Crime Organizado, que conta com a cooperação de diversos órgãos. “No dia 5 de fevereiro de 2025, fizemos a primeira reunião deste núcleo de Combate ao Crime organizado, não apenas com integrantes do MJ, mas da PF, PRF, Ministério de Minas e Energia, Cade, Receita e Coaf. Resolvemos em um primeiro momento focar nossas atenções na apropriação do crime organizado no setor de combustíveis. Futuramente atacaremos outros problemas de forma setorizada”, completou.
Ao contrário do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, que criava inimigos imaginários para alegar que atuava no âmbito da segurança pública, o presidente Lula concede autonomia real para as polícias e órgãos de investigação, a fim de atacar as bases do crime organizado. Bolsonaro passou quatro anos defendendo chacinas e ações violentas em regiões periféricas, enquanto o verdadeiro comando do crime está em áreas nobres e infiltrado no mercado financeiro. A operação desta quinta-feira aponta que criminosos utilizavam pelo menos 32 empresas sediadas na Faria Lima, centro do mercado financeiro de São Paulo, para lavar e operar dinheiro proveniente de ações ilegais.
PTNacional