Sabemos que a Abin de Bolsonaro investigava não só os inimigos do fascismo, mas também os amigos do Planalto. Principalmente os milionários que os palacianos certamente extorquiam depois de mandar que os arapongas produzissem dossiês comprometedores.
Tem amigo do fascismo que foi parar em relatórios sobre contrabando, agiotagem e sonegação. Gente da sala e da cozinha de Bolsonaro, que se vestia de verde e amarelo.
Agora descobrimos, pelo vazamento de novos conteúdos de uma agenda de Augusto Heleno, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que eles monitoravam universitários cubanos.
A agenda apreendida pela PF tem anotações à mão sobre estudantes cubanos da Universidade de São Paulo. Heleno escreveu: “Abin levantando cubanos, infiltrados na USP, para espionagem da área estudantil”.
A anotação com a letrinha miúda dos inseguros é de 25 de janeiro de 2022. Em outra anotação, de 9 de fevereiro de 2020, o general escreveu: “Abin – investigar o Coaf”.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras na época abastecia o Ministério Público com informações sobre as rachadinhas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Os registros na agenda são colegiais, amadores, simplórios, como é característica de toda a extrema direita. O chefe da inteligência do governo fazia anotações num caderninho, que ele nem guardava direito.
O que não sabemos até hoje é o que as atuais investigações farão dos dossiês da Abin contra os amigos de Bolsonaro. O que há de útil em informações sobre empresários acusados de delinquência?
Que conteúdo serve para alguma coisa, sabendo-se que a estrutura do gabinete do ódio foi sustentada por essa gente com dinheiro, que o próprio governo mantinha sob controle?
Esses poderosos endinheirados, que são alvos de muitas frentes de investigação dentro do Supremo, ficarão impunes para sempre?
O que a Abin sabia da vida deles que nós também devemos saber, para além dos dossiês com os crimes financeiros que eles cometiam?
Quando ficaremos sabendo da vida criminosa ainda oculta de ricaços que financiavam a estrutura das milícias digitais montada dentro do Planalto?
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TRANSIÇÃO
Manchete da Folha sobre as alegações finais dos advogados do chefe do golpe:
“Defesa de Bolsonaro chama acusação da PGR de absurda e diz que ex-presidente determinou transição, não golpe”.
Mas não esclarece se a fuga em avião da FAB, com as joias das arábias, fez parte dos preparativos para a transição nos Estados Unidos.
Se o 8 de janeiro com 5 mil manés e terroristas foi a apoteose da festa de transição.
E se o plano para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes seria o encerramento da transição.
O que não precisa esclarecer é que todos os chefes do golpe estão hoje na transição para a cadeia.
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EURECA
Da série de chamadas de capa que nos obrigam a gritar eureca, essa é a melhor de hoje, de editorial do Estadão:
“China tenta usar a beligerância de Trump para atrair o Brasil cada vez mais para sua esfera de influência”
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EURECA 2
Tem mais essa chamada, também do Estadão:
“Casas em condomínios de luxo atraem milionários e impulsionam o mercado em São Paulo”
Imaginem os condomínios de luxo atraindo o pessoal do Bolsa Família e do Minha Casa Ninha Vida.
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UM POUCO DE SARCASMO
Cometeram o erro de mandar para Trump o vídeo de Lula chegando correndo para o trabalho. Trump mandou colocar barreiras de 1 metro, e com tarifas de 60%, em todas as rampas do Planalto.
Os juristas estão discutindo na Folha se é legal. Alguns defendem barreiras de no máximo 80 centímetros.
