Andrei Roman, CEO da Atlas Intel

Andrei Roman, CEO do Atlas Intel, instituto de pesquisas, insinuou em postagem no X que a denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro foi divulgada para favorecer o governo Lula em tempos de baixa popularidade.

Ainda ameaça com a teoria de que a pressão dos Estados Unidos, com Donald Trump, abalará a democracia brasileira.

“Acho bastante problemático que a denúncia de golpe de estado contra Bolsonaro chega em um momento de queda livre de popularidade do governo Lula e de crise de confiança nas instituições. Sim, é possível que isso segure na margem a queda de aprovação do presidente. Mas um cenário alternativo também é possível: a impopularidade do governo pode mover a opinião pública em contra da denúncia”, escreveu.

“De um jeito ou outro, a impacto para a democracia é ruim: os ataques anti-democráticos de um ex-presidente não deveriam servir como tábua de salvação para um governo que não atinge seus objetivos no presente; e, pensando na direção oposta, a impopularidade do governo não deveria servir de barreira contra uma justa aplicação da lei. Há algo pior que isso? Provavelmente sim: jogar tudo abaixo do tapete e deixar a impunidade reinar”.

Ele continua: “De qualquer forma, tenho grandes dúvidas que ao fim deste processo todo a democracia brasileira sairá mais forte ou que o eleitorado saberá reagir de forma sábia. E tudo isso sem sequer pensar na pressão externa oriunda dos EUA, que não tardará em aparecer complicando mais ainda o nosso cenário. Estamos vivendo tempos estranhos”.

Donos de institutos de pesquisas viraram comentaristas políticos. Não bastasse Felipe Nunes, Quaest, na GloboNews, surge mais um querendo holofote. Felipe Nunes, aliás, é o mesmo que lançou um livro sobre — tcharã — “polarização”.

Eles não deveriam “achar” nada na posição em que atuam. Chama-se conflito de interesses.

A democracia brasileira sairá mais forte na medida em que golpistas forem punidos. É simples assim. Eis a lição da anistia aos assassinos do golpe de 64: eles voltaram, e com seus cúmplices que pediam “pacificação”.

O Atlas Intel opera em diversos países da América Latina, como México e Argentina, além dos Estados Unidos. No Brasil, não é filiado à Associação Brasileira das Empresas de Pesquisas (Abep). Os levantamentos realizados são financiados por grupos como Bloomberg, entre outros.

Andrei Roman é romeno, estudou na Universidade de Harvard e foi criador da plataforma Atlas Político antes de fundar a Atlas Intel com o marido Thiago Costa. A Romênia teve um ditador fuzilado junto à mulher. Nicolae Ceausescu foi executado com Elena no Natal de 1989, após 24 anos no poder.

Talvez Roman tenha achado inapropriado, também.

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Last Update: 19/02/2025