O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma ação judicial contra uma empresa de pesquisa que o apontou como perdedor por uma margem estreita em Iowa no início de novembro, algo que causou grande surpresa poucos dias antes das eleições vencidas pelo republicano.
Apresentada na noite de segunda-feira 16 em um tribunal de Iowa, a inusitada ação civil foi dirigida contra Ann Selzer — uma ex-pesquisadora especializada em Iowa, anteriormente famosa por sua confiabilidade — assim como contra seus empregadores, o Des Moines Register e a empresa-matriz deste jornal local, Gannett.
O processo visa a responsabilização por uma flagrante interferência eleitoral cometida pelos réus a favor da então candidata democrata, agora derrotada.
O futuro presidente dos Estados Unidos acusa a empresa de pesquisa de ter fabricado os números que mostravam uma vitória de três pontos para a candidata democrata em Iowa, estado em que Trump, na verdade, venceu por 13 pontos.
Na minha opinião, foi uma fraude e uma interferência eleitoral, declarou Trump na segunda-feira durante uma coletiva de imprensa. Ela é uma excelente pesquisadora. Sabia o que estava fazendo.
Consultados pela AFP, os representantes de Ann Selzer disseram que a pesquisadora não tem comentários sobre a ação contra ela.
Lark-Marie Anton, porta-voz do Des Moines Register, destacou em um comunicado que o jornal já havia reconhecido que a pesquisa não refletiu a margem final da vitória do presidente Trump nas eleições em Iowa e que já havia publicado dados mais detalhados sobre o assunto.
Reafirmamos nosso trabalho sobre o tema e consideramos que essa demanda não tem mérito, destacou.
Desde sua chegada ao cenário político dos Estados Unidos em 2015, Trump sempre se mostrou desafiador com a imprensa.
O magnata afirmou que planeja apresentar outras ações legais contra veículos de comunicação, incluindo o programa 60 Minutes, da CBS News, o qual acusa de ter manipulado uma resposta da candidata democrata para favorecê-la.