Caetano Veloso volta a convocar as ruas do Rio de Janeiro em defesa da democracia. Aos 83 anos, o compositor baiano anunciou em suas redes sociais o “Ato Musical II: O Retorno”, marcado para este domingo (14), na praia de Copacabana, com concentração entre os postos 4 e 5, chamando o povo a “devolver o Congresso para o povo” em resposta ao que define como retrocessos vindos do Legislativo.
A nova mobilização surge em meio à ofensiva conduzida pelo presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) em torno do chamado PL da Dosimetria, projeto que abre caminho para reduzir penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para juristas, entidades da sociedade civil e movimentos pró-democracia, a iniciativa representa uma tentativa de reescrever a história recente e normalizar ataques à ordem constitucional.
O ato em Copacabana deve reunir apresentações musicais e discursos políticos, retomando a fórmula que marcou o primeiro ato musical contra a chamada PEC da Blindagem, em setembro, quando Caetano, Chico Buarque, Gilberto Gil e outros artistas lotaram com milhares de pessoas a orla e pressionaram o Congresso a recuar. Na época, a mobilização liderada por Caetano e Paula Lavigne se tornou símbolo da reação popular contra medidas que blindariam parlamentares e autoridades de investigações.
Agora, os artistas, movimentos sociais e os partidos políticos voltam a apostar na força das ruas para barrar novos retrocessos. A palavra de ordem é transformar o ato em um grande palco de resistência, para enfrentar o “Congresso inimigo do povo”.A pressão popular a única barreira capaz de conter iniciativas que fragilizam a responsabilização de golpistas e atacam a democracia.