O Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou, nesta quarta-feira 25, a mudança no nome do juiz aposentado Edward Albert Lancelot Dodd-Canterbury Caterham Wickfield para José Eduardo Franco dos Reis. A decisão encerra formalmente o uso de identidade fictícia que durou mais de quatro décadas.
Reis, graduado pela USP, integrou a magistratura paulista desde 1995 utilizando o nome inglês inventado. Ele responde criminalmente por falsidade ideológica e uso de documento falso.
O caso foi revelado em 2024, quando o ex-juiz tentou renovar o RG com nome falso no Poupatempo Sé. A tentativa despertou suspeitas dos funcionários e levou à investigação.
Reis, na verdade, nasceu em Águas da Prata em março de 1958 e obteve seu primeiro RG em 1973. Em 1980, recebeu um novo documento, mas utilizou uma certidão de nascimento falsa. A ideia era adotar a identidade britânica.
Durante toda a carreira, o juiz usou um nome fictício para assinar decisões. Ao se aposentar, ele ocupava a vaga de titular da 35ª Vara Cível do Fórum João Mendes.
Em maio, a defesa de Reis disse que ele apresenta características que “coadunam para o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Esquizoide (TPE)” e pediu “a instauração do incidente de insanidade mental”.
No processo, Reis enviou à Justiça o relato da sua entrevista com o psiquiatra responsável pelo caso. Segundo o ex-magistrado, uma viagem frustrada ao exterior o fez querer “renascer em outra pessoa”.