Três espécies de piolhos, o ser humano carrega.
Não me recordo bem por que mirei o olho nessa refrega. Só sei que quando me dei conta, esmiucei de ponta a ponta Tudo que a IA nos conta, sobre esse tema chumbrega.
Fiquei admirado ao ter constatado
O quão bairristas os parasitas haviam se tornado.
Dividiram nosso corpo em três áreas de atuação
Cabeça, tórax e virilha, pra não haver competição.
Falarei um pouco dessa imensa caminhada
Que compartilhamos com essa criaturinha indesejada.
Quando os chimpanzés nos expulsaram da família,
Nossa linhagem ancestral ainda não sabia,
Mas se tornaria hospedeira…
Do inquilino que causaria ódio à cabelereira.
No primórdio dessa jornada evolutiva,
Quando a humanidade não era considerada – nem primitiva – Fez-se uma parada furtiva…
Numa folhagem atrativa. Era o ninho de um gorila,
Cheio de pequenos artrópodes com preferência por virilha.
Que maravilha!
A evolução não dá saltos. Mas também não humilha!
Pois, para fugir aos sobressaltos,
Causados pela coceira,
Formava-se uma atmosfera tranquila,
Ao sentarem-se em fila,
Para a catação rotineira.
Durante milênios de higiênica diligência,
Estreitamos os laços e aumentamos a inteligência. E nesse processo evolutivo,
Contribuiu o parasita decisivo,
Com a sua existência.
Até o momento, quando o pensamento, Materializou-se em instrumento,
Para suprir a necessidade cotidiana Surgiu o indumento,
Mais tarde, objeto da vaidade humana.
E do peito até a cintura,
Havia um campo inabitado e com muita fartura,
Para abrigar as lêndeas da geração futura.
Dessa expedição pioneira, Surgiu a espécie terceira
Que comporia os piolhos da humanidade inteira.
Mas que fique registrado,
Até hoje, o homo sapiens é habitado,
Por essa tríplice coceirinha insana,
Com o seu auge populacional na era vitoriana.
Quando a demografia humana,
Condensada pela revolução industrial,
Usa o operário para multiplicar o capital.