Antonia Fontenelle, ex-apresentadora da Jovem Pan. Foto: reprodução

Depois de ter exposto o estupro e a gravidez da atriz Klara Castanho — apenas uma adolescente, diga-se de passagem —, a youtuber e subcelebridade Antônia Fontenelle mais uma vez contou com a impunidade para espalhar ódio. Desta vez, suas ofensas racistas e transfóbicas miraram a deputada federal Erika Hilton — e algo me diz que ela mexeu com a pessoa errada..

“A que ponto chegamos: agora temos que engolir um traveco dizendo como devemos nos portar no país em que nascemos”, disse, publicamente, sem o menor constrangimento.

Não satisfeita, ainda declarou que Erika deveria estar grata por ter cama e comida — ou seja, para Fontenelle, o lugar de uma mulher preta e trans seria debaixo das marquises.

Com isso, não apenas feriu princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, como também violou o Código Penal ao cometer o crime de injúria racial. E tem mais: desde a decisão do STF que equiparou a LGBTfobia ao crime de racismo, atitudes transfóbicas passaram a ser punidas com base em lei.

A conduta de Fontenelle ultrapassa o limite da liberdade de expressão e atinge o núcleo duro dos direitos fundamentais. A verdade é que gente como ela simplesmente detesta os subalternos que se atrevem a vencer: uma mulher negra e trans com poder político é, para essa gente, um verdadeiro pesadelo.

Essa mulher deveria estar em cana — não com tornozeleira eletrônica, mas atrás das grades, vendo o sol nascer quadrado. Permitir que essa energúmena siga impune é um desrespeito à história não apenas de Erika, mas de todas as mulheres trans, cuja maioria sequer consegue alcançar espaços de poder, como a deputada conseguiu, vindo de onde veio.

Essa inútil, que só usa o próprio tempo para ofender os outros na tentativa vã de chamar atenção ou se sentir relevante, merece, sim, cadeia — não só pelo que disse a Erika Hilton, mas por representar o que há de mais podre na elite reacionária brasileira: uma figura decadente que ofende minorias na internet ou expõe adolescentes estupradas.

Fontenelle precisa pagar pelo que fez. E servir como exemplo. Um exemplo claro que diga: chega!

No Brasil pós-Bolsonaro, quem ofender minorias deve ir para a cadeia. De preferência algemado em um grande show midiático — como eles adoram fazer com os progressistas.

Chamar uma deputada federal de “traveco” e insinuar que ela deveria ser grata por ter comida é mais do que crueldade e soberba — é crime, é transfobia escancarada, é uma vergonha nacional.

E para esse tipo de violência, não cabe nota de repúdio nem “cancelamento”: cabe o rigor da lei, a porta da delegacia e a cela que todo racista e transfóbico precisa conhecer por dentro.

 

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Last Update: 20/07/2025