Trump, presidente dos EUA, planeja reduzir a diplomacia dos EUA. Foto: Andy Manis

O Departamento de Estado dos Estados Unidos está se preparando para fechar uma série de consulados e representações diplomáticas em diversos países, incluindo cidades da Europa e do Brasil, além de reduzir sua força de trabalho no exterior. A medida, confirmada por fontes do governo estadunidense nesta quinta-feira (6), faz parte de uma política de cortes orçamentários promovida pelo presidente Donald Trump e pode impactar a capacidade de Washington de construir alianças e defender seus interesses globais.

As representações diplomáticas abrigam funcionários de diversas áreas, como militar, inteligência, segurança, saúde, comércio e tesouro, que monitoram temas de interesse e colaboram com autoridades locais em atividades como combate ao terrorismo, prevenção de doenças infecciosas, promoção da democracia, direitos humanos e ajuda humanitária. O fechamento desses postos pode comprometer a atuação dos EUA em questões estratégicas.

Funcionários do Departamento de Estado compartilharam uma lista preliminar de consulados que devem ser fechados, incluindo representações em Florença (Itália), Estrasburgo (França), Hamburgo (Alemanha) e Ponta Delgada (Portugal).

Segundo o New York Times, um consulado no Brasil também está na lista. Atualmente, os EUA mantêm consulados em Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e um escritório da embaixada em Belo Horizonte.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Jonathan Ernst/Reuters

O plano de cortes faz parte da política externa “America First” de Trump, que prioriza a redução de gastos e a restrição de formas tradicionais de influência global. No entanto, a medida preocupa setores do governo, especialmente em um momento em que a China amplia sua presença internacional. Pequim já ultrapassou Washington em número de postos diplomáticos globais, com 274 representações contra 271 dos EUA, segundo o Lowy Institute.

A perspectiva de fechamento de consulados gerou inquietações dentro do governo americano. A CIA, por exemplo, utiliza embaixadas e consulados para posicionar agentes de inteligência com vistos diplomáticos. A redução de postos limitaria as opções da agência para operar no exterior.

Além disso, os cortes devem afetar significativamente cidadãos estrangeiros que trabalham nas representações diplomáticas. Estima-se que dois terços da força de trabalho nessas instalações seja composta por mão-de-obra local, essencial para o conhecimento dos diplomatas americanos sobre os países onde atuam.

A situação é agravada pelo fato de o Departamento de Estado estar perdendo funcionários experientes. Cerca de 700 pessoas, incluindo 450 diplomatas de carreira, pediram demissão nos dois primeiros meses deste ano, e suas vagas foram congeladas temporariamente.

Os esforços para reduzir postos diplomáticos e pessoal no exterior fazem parte de uma campanha interna para cortar o orçamento de operações do Departamento de Estado em até 20%, de acordo com fontes familiarizadas com as discussões. O processo foi acelerado por uma equipe liderada por Elon Musk, que busca identificar e eliminar o que chama de “desperdício governamental”.

Um membro da equipe, Edward Coristine, um engenheiro de 19 anos, está no Departamento de Estado ajudando a direcionar os cortes orçamentários.

Em meados de fevereiro, o secretário de Estado, Marco Rubio, enviou um memorando aos chefes de missão, pedindo que garantissem que o pessoal nos postos no exterior fosse mantido no “mínimo necessário” para implementar as prioridades da política externa de Trump. O memorando também determinou que posições vagas por dois anos deveriam ser abolidas.

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Last Update: 07/03/2025