DMCs: Incentivo e potencial de atração e de maior afluxo de turistas estrangeiros para o Rio de Janeiro
por Mario Cordeiro de Carvalho Junior
I- INTRODUÇÃO
Uma DMC, – Destination Management Company – é uma empresa de serviços profissionais especializada no planejamento e execução de eventos e atividades de marketing e vendas de um destino turístico específico. As DMC’s são especializadas em conhecimentos locais para fornecer uma ampla gama de serviços para os turistas estrangeiros, incluindo: a) A gestão e o marketing da imagem do destino; b) A gestão de logística, e de como cuidar e organizar as transferências de aeroporto, e, o transporte entre os pontos turísticos; c) A gestão de alojamento e refeições, como reserva de hotéis e restaurantes; e, também, d) A gestão de atividades de entretenimento e culturais.
As DMCs, normalmente, oferecem pacotes individuais e/ou para grupos e estão frequentemente baseadas no destino em que se especializam. Isto lhes dá um conhecimento profundo da área, dos seus fornecedores e do potencial turístico do local. Elas oferecem, normalmente, pacotes a grupos que não estão disponíveis ao público em geral. Ao escolher uma DMC, o turista estrangeiro pode considerar, sobretudo, a capacidade de personalizar as experiências de vivências e emoções do local com o interesse e o background cultural da clientela estrangeira, e, associar o serviço turístico a ser prestado ao estilo de vida e ao padrão de renda do comprador internacional. Uma DMC pode ainda fornecer um serviço de inteligência comercial junto com um pacote de serviços turísticos – por exemplo, fazer matching making entre empresas nacionais e internacionais para compra e venda de bens e serviços ou cooperação técnica e cientifica de modo que essa “missão in” empresarial se integre às operações e aos objetivos dos negócios do cliente estrangeiro.
Sugerir o incentivo à criação de DMCs via start ups especializadas para expandir o turismo receptivo da Cidade do Rio de Janeiro (e do Estado) por meio do Programa Startup Rio da Faperj é uma possibilidade e necessidade passível de ser feita por meio de aportes de recursos extra fiscais por meio de certames e/ou de sorteios de loterias da Loterj que tenham sido levantados junto ao público fluminense. Importante também seria buscar captar recursos financeiros para essa finalidade via campanha tipo crowfunding por meio de marketing digital.
Essa proposta de mobilização de recursos internos fluminenses seria importante para mostrar uma intenção estratégica clara dos governos estadual e municipais em prol de uma maior ativação e promoção comercial do turismo receptivo. Isso pode e deve ser feita de forma complementar ao atual esforço privado e público em desenvolver ações e atividades para atrair turistas estrangeiros à Cidade (e ao Estado) do Rio de Janeiro, em épocas específicas, como Fim de Ano, Carnaval ou com shows icônicos. Importa ressaltar e compreender que há outras oportunidades comerciais para aumentar a parcela da cidade do Rio de Janeiro no mercado receptivo de turismo internacional que podem ser identificadas, atraídas e concretizadas em todos os recantos do globo terrestre a partir de uma boa e perene campanha de promoção do destino tanto de “velhos quanto de novos” produtos e serviços turísticos.
Sob uma perspectiva histórica se pode constatar que parte desse oceano de possibilidades para obter ganhos de comércio no passado foi conquistada em parte pela localização dos atrativos passíveis de serem vendidos que se espalharam e se dispersaram no espaço geográfico da cidade (e do Estado) do Rio de Janeiro. Nesse contexto, os atuais operadores do setor de turismo fluminenses em parceria com as DMO públicas – Destination Manegement Organization – de corte municipal, estadual e /ou federal, como Embratur, e Turisrio vêm de forma sistemática realizando campanhas promocionais buscando sempre vender o Rio de Janeiro. De fato, nos últimos anos, em cada mercado/país – principalmente nas Américas – foi estabelecida e desenvolvida por essas DMO ações de venda de serviços turísticos. Vale ressaltar que uma organização de gestão de destino (DMO) é uma entidade pública que gere e promove um destino turístico específico. As DMOs são responsáveis pelos ativos imateriais ou materiais, atrações e experiências turísticas de um destino. Elas trabalham com as partes interessadas locais para melhorar a competitividade e a atratividade do destino.
Sem dúvida, temos, podemos e devemos potencializar a possibilidade de se firmar novos contratos e acordos comerciais em função da imagem já conquistada pelo Rio de Janeiro (seja a Cidade ou o Estado) ao longo das últimas décadas. Porém, não é possível que a Cidade Maravilhosa receba anualmente menos turistas estrangeiros que IBIZA ou Marbella, na Espanha. Logo, devemos identificar novos produtos e serviços turísticos com potencial de serem ofertados no mercado internacional para atrair um contingente crescente de turistas estrangeiros.
No momento presente se observa em termos absolutos que há um aumento de turistas estrangeiros afluindo a cada ano à Cidade Maravilhosa (e, ao Estado do Rio), mas em termos relativos se observa uma perda de participação relativa na vinda de turistas estrangeiros à Cidade Maravilhosa (e ao Estado do Janeiro) em relação ao mercado internacional de turismo receptivo. Como o mercado internacional de turismo receptivo está em expansão no mundo é possível ganhar parcela desse mercado de forma consistente porque há ainda possibilidade de se atrair mais turistas estrangeiros divulgando e vendendo de forma mais intensa o mesmo destino – a Cidade Maravilhosa (e o Estado do Rio de Janeiro) – associados a novos produtos e serviços turísticos.
Essa singularidade é possível de ser conquistada – caso haja incentivos para constituição de DMCs – Destination Management Company – especializadas em ofertar e vender novos “trades” e serviços turísticos receptivos. Isso viabilizará a expansão e a entrada de divisas de forma perene na Cidade Maravilhosa (e, no Estado do Rio de Janeiro) com inclusão social e produtiva ao longo dos próximos anos.
De fato, precisamos incentivar a constituição de DMCs possuidoras de uma estratégia empreendedora (ENST), lembrando que esse é um campo de incentivo à constituição de start ups que está atraindo o interesse de muitos acadêmicos e de governos por todo o mundo. Uma ENST reflete o comprometimento de uma empresa DMCs com a tomada de riscos, inovação e pro atividade no desenvolvimento e implantação de suas estratégias corporativas. Hoje, ter ENST se tornou uma necessidade para empresas de turismo e hospitalidade (T&H), sobretudo as DMCs. Isso porque a competitividade de longo prazo de uma empresa de DMCs depende de quão bem ela incorpora inovações de serviço (SINs) para fornecer serviços de qualidade aos clientes, apesar dos riscos imprevistos no ambiente corporativo. Consequentemente, espera-se que ter ENST acaba por influenciar positivamente o desempenho corporativo das empresas de DMCs, e, isso, hoje, é uma base crítica de vantagem comparativa e competitiva para essas empresas.
Sem dúvida, no espaço geográfico da Cidade Maravilhosa (e do Estado do Rio de Janeiro) há possibilidade para o início de um processo de introdução de uma “nova” variedade de bens e serviços turísticos, combinando às vezes expertises entre empresas grandes e microempresas, e também dando início às feitas por micro, pequenas e médias empresas de turismo ligadas às indústrias criativas, combinando a oferta de bens e serviços ao maxi mercado de turismo, composto pelo somatório do mercado nacional e internacional. Isso associado à geração de economia de escala e escopo no ecossistema de turismo incentiva que se possa e se deve implantar a oportunidade de se estruturar uma “tax free comercial para o turismo’’ para vender bens e serviços aos turistas estrangeiros no Rio de Janeiro. Com a adoção dessa medida haverá de se induzir a uma maior obtenção de ganhos de comercio e a introdução de inovações no design de serviços turísticos e no processo produtivo de bens.
Esses ganhos de comércio advindos da generalização da “tax free de serviços turísticos“ no Rio de Janeiro podem de forma efetiva e eficiente ser potencializadas e magnificadas, de um lado, por meio de uma parceria público-privada entre as unidades fazendárias do Estado e dos Municípios com os atores privados do ecossistema de turismo local, e, sobretudo se deve incentivar a criação de DMCs especializadas para atrair turistas em massa – notadamente o low cost – para o Rio de Janeiro, e, também buscar recuperar a vinda do turista endinheirado ou high cost. Sem dúvida, hoje, há uma “nova” jornada a ser iniciada tanto pelos operadores que estão situados no Rio de Janeiro, e, em empresas do tipo DMC a ser criadas, quanto por aqueles que já atuam em empresas operadoras de turismo, e assim gerar encadeamentos com as firmas daqueles outros setores que dão suporte às atividades receptivas – como bares, restaurantes, lazer e indústria criativa – para atender ao turista estrangeiro.
Isso será magnificado em decorrência do processo de transição de um mundo unipolar para o multipolar, e do regime de abertura comercial e econômica entre o Brasil (e o Mercosul) com a União Europeia que a nação brasileira (e, sobretudo o Estado do Rio de Janeiro) está hoje passando. Portanto, temos apenas de identificar novos trades de serviços turísticos capazes de gerar ganhos de comércio por meio da expansão do afluxo de turistas estrangeiros. No caso da Cidade Maravilhosa, é hora de propor e implantar graças à decisão de criar uma “free trade zone” de turismo comercial para vender tanto bens quanto atender os turistas estrangeiros um projeto estratégico para ativar, expandir, (re) qualificar e dar ganhos de produtividade as atividades “velhas e novas” de serviços de turismo receptivo e seus encadeamentos nas indústrias criativas localizadas no Estado do Rio de Janeiro. De fato, é preciso ir além do atual PNCE – Plano Nacional de Cultura Exportadora – porque se faz necessário uma intenção estratégica clara do Governo Federal, Estadual e Municipais de modo a sinalizar interesse e compromisso focado no Rio de Janeiro para obter uma maior expansão da produção e exportação de serviços turísticos associados às indústrias criativas em que o incentivo à criação de DMCs seja um vetor para o crescimento e, sobretudo, um elo para a organização do espaço geográfico e da regulação dessa nova fase de abertura ao mercado turístico internacional e de crescimento do setor de turismo no Estado do Rio de Janeiro.
Nesse sentido, a segunda seção desse artigo expõe e sugere como a partir da história e da configuração do espaço geográfico turístico no Rio de Janeiro se pode identificar a partir da correta decisão de se criar uma “free trade zone” de venda e prestação de serviços aos turistas estrangeiros e assim potencializar de forma horizontal o aumento e a atração do afluxo destes ao Estado do Rio de Janeiro. A seguir, na terceira seção – a partir da existência de “equipamentos e talentos” já existentes – se sugere a organização de três novos trades turísticos setoriais para a Cidade maravilhosa nas seguintes áreas – golf; remo e serviços médicos para turistas estrangeiros. Finalmente, se conclui o artigo mostrando a importância de incentivar a constituição de DMCs para potencializar as ações para se criar um turismo internacional de massa na Cidade Maravilhosa (e, no Estado do Rio de Janeiro) como forma de inclusão produtiva e impacto social de modo a gerar renda e emprego nos próximos anos.
II – BREVES ASPECTOS GEOGRÁFICOS, HISTÓRICOS E CULTURAIS DO TURISMO NO RIO
Em linhas gerais, é preciso compreender que as bases para potencializar e atrair um maior afluxo de turistas estrangeiros se assenta na organização e no desenvolvimento das atividades de serviços turísticos e sua relação e interação com as indústrias conexas e/ou criativa. Isto está associado ao desenvolvimento das forças produtivas locais que induzem a potencialização das vantagens comparativas da Cidade Maravilhosa ( e do Estado do Rio de Janeiro).
Grosso modo, em termos históricos, a expansão geográfica da Cidade Maravilhosa ( e do Estado do Rio de Janeiro) segue e se expande no espaço geográfico da faixa de terra do litoral entre o mar e/a praia com a Serra do Mar. Essa conformação ao longo do tempo induz e direciona a oferta dos serviços de turísticos e sua interação com as indústrias conexas ou criativas.
De fato, na época da Monarquia e no Início da República, a cidade se organiza em torno de um eixo em que estavam localizadas instituições governamentais. Isso se observa no Centro da Cidade, e nos bairros do Catete ou de São Cristóvão (então, residências do Imperador ou do Presidente da Republica), e ou ao longo do Porto do Rio de Janeiro. Com o início do advento da introdução e movimentação de automóveis e veículos públicos (bondes elétricos) e depois ônibus há um início de pavimentação e abertura de ruas e avenidas aumentando a conectividade entre áreas de norte ao sul da Cidade.
Muitos anos depois, já no final do século XX e início do século XXI nova leva de investimentos em infraestrutura é feita para conectar a zona oeste à zona sul e norte por meio de abertura de tuneis, linhas ou vias expressas. Em termos históricos, anos antes se observa a constituição dos dois principais aeroportos que passam a receber linhas áreas comerciais que movimentam pessoas. Isso tudo melhora sobremaneira a conectividade entre as áreas e os espaços geográficos do Rio de Janeiro do ponto de vista de movimentação de pessoas, lembrando ainda que houve naquele período a constituição de trens, metro, barcas e construção de pontes para auxiliar o transporte urbano numa metrópole em crescimento.
Do ponto de vista do setor turístico importa reter é que se observa uma co-evolução entre infraestrutura e novos polos ou serviços turísticos. De fato, o primeiro momento histórico ocorre no início do século XX e que perdura até os anos sessenta do século passado quando são, de um lado, construídos hotéis icônicos na Praia de Copacabana e são abertas vias por meio de tuneis – velho e novo – que permite conectar e desenvolver Copacabana como um destino turístico. Nesse entorno geográfico é que irá se desenvolver a bossa nova – estilo musical singular que conquista o mundo. E, nesse local foram atraídas divas e artistas que vão gerar conteúdos exclusivos capazes à época e hoje em dia de atrair novos turistas estrangeiros para a Cidade Maravilhosa.
Dai surge à canção de Tom Jobim da princesinha do mar que se torna o ícone para promover o destino turístico de três S – sand, sun and sex – de Copacabana no inconsciente coletivo do turista estrangeiro. Por sua vez, poucos anos depois Ipanema se conecta à Copacabana com a abertura de um novo túnel, e assim o poeta canta em prosa e verso o estilo e a beleza da Garota de Ipanema, que corre o mundo, e, ambas as músicas atraem os turistas estrangeiros e ajudam a fixar a imagem da Cidade Maravilhosa. Em termos de indústrias conexas, data daquela a constituição de firmas do setor criativo controladas pelo capital nacional que produzem e vendem joias de Ipanema para os turistas estrangeiros que aqui afluem ao Rio de Janeiro. Isso sem contar que, hoje, nessa região há a oferta de produtos de moda feminina em que se observa fila de turistas/consumidoras estrangeiras para comprar peças com traços de brasilidade. È comum observar que as consumidoras estrangeiras compram as peças. E, por impulso saem vestindo as roupas e desfilando pela orla da zona sul sendo difícil distinguir a turista estrangeira da mulher brasileira. Espera-se que no futuro Museu de Imagem e do Som haja um studio e uma exposição permanente para celebrar a Bossa Nova, e que as turistas estrangeiras pudessem vivenciar passear por Copacabana e Ipanema , e , ainda se sentirem musas inspiradoras do Tom Jobim. Isso só não vale para as argentinas, que adoram passear pela zona sul com a camisa da seleção brasileira para serem notadas!
Do ponto de vista de promoção de destino turístico, o fato a observar é que sempre há uma grande quantidade de turistas estrangeiros vindo à Zona Sul da Cidade Maravilhosa devido a essa imagem construída no passado e que perdura até hoje. Para potencializar o atendimento aos turistas estrangeiros nessa região é preciso investir em educação para que as vendedoras se tornem digital promoter com maior conhecimento linguístico e cultural para aumentarem as vendas das indústrias criativas. E, também é preciso capacitar e educar as vendedoras que atuam nas indústrias conexas como bares, restaurante e hotéis a terem um mindset de como realmente prestar serviços de forma eficiente, com cortesia e com um padrão de cultura global de atendimento ao turista estrangeiro, sem perder a brasilidade.
Todavia, recentemente se observa um afluxo crescente de turistas estrangeiros à região da Lapa e à Santa Teresa. Em linhas gerais, se sabe que há influencia direta e indireta da escada Selleron, que está localizada na Lapa. Quando se usa o Google para buscar e listar assuntos relacionados ao Rio de Janeiro, a escada Selleron fica em terceiro lugar, depois do Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. Logo, esses três pontos geográficos são ou deveriam ser objetos melhores e maiores ações de promoção de destino turismo do Rio de Janeiro. Há ainda possibilidade e necessidade de fazer campanhas de destino turístico para a Barra da Tijuca, em função do legado da olímpiada e da rede hoteleira preparada e existente nessa região. De fato, se pode inclusive estender a promoção de destino turístico para outras áreas dos municípios da costa verde e azul.
Isso é possível porque há bases concretas para potencializar e atrair um maior afluxo de turistas estrangeiros. Em função da organização existente dos serviços turísticos um esforço de venda de novos pacotes e atrativos turísticos via a criação de DMCs pode induzir e potencializar as vantagens comparativas na área do turismo receptivo na Cidade Maravilhosa (e do Estado do Rio de Janeiro).
Face ao forte aumento do afluxo de turistas estrangeiros ao Rio de Janeiro no passado recente, cabe destacar que há um elemento novo favorável – os preços em dólar no RJ estão favoráveis em relação à concorrência internacional. Além de reconectar os canais nacionais de vendas tradicionais com o turismo internacional se têm de buscar criar uma rede de agentes de turismo no exterior – preferencialmente com apoio da APEX ou da EMBRATUR do Governo Federal – por país para conectar essa rede com as DMCs a serem criadas e liga-las às agências de viagens e turismo do RJ com vistas a alavancar a venda de pacotes tradicionais e não tradicionais de turismo. Esforço deveria ser feito no sentido de criar uma plataforma digital de divulgação dessa rede de agente chamada de ESCADA SELLERON DO RIO PARA O MUNDO. A razão dessa sugestão como foi apontada acima é que o terceiro termo mais usado no Google para buscar o RJ é a escada Sellaron, depois do Cristo e do Pão de Açúcar. Logo, essa tem e deve ser potencializada.
Junto a isso se pode expandir o conceito do “serviço e produto” de turismo no RJ, agregando os serviços dentários, estéticos, médicos, golf, e remo principalmente de forma perene, e buscar associar a prestação desses serviços a datas e períodos de férias em países alvos. Em resumo, há possibilidades de incentivar inovações em termos de serviços turísticos, em especial turismo médico; turismo dentário; remo e golfe.
Também se deveria priorizar a redução dos custos diretos e indiretos para atrair mais turistas internacionais. Uma ação fundamental seria atrair uma empresa do sudeste asiático como a Vietnam Airlines para se buscar estabelecer acordo operacional para oferecer serviços e preços de passagem low cost para turistas provenientes notadamente do Sudeste Asiático. Um acerto com a concessionaria que controla o terminal do Galeão para ocupar parte de um terminal iria viabilizar de fato um turismo internacional low cost; e potencializar ações de apoio ao turismo internacional via a indústria cultural, de eventos, e de world street food. Aliás, no tocante ao world street food urge requalificar a Cobal do Leblon e do Humaitá para essa finalidade, lembrando que para isso só depende de decisão do Ministério de Agricultura.
Por fim, é preciso de fato começar a tirar do papel o projeto de lei aprovado de “tax free trade zone para a venda de serviços e bens turísticos” para que nas vendas de bens e serviços aos turistas estrangeiros que vierem tanto à Cidade Maravilhosa e ao Estado do Rio de Janeiro não incidam impostos indiretos. Isso depende de decisão apenas das autoridade fazendárias e da definição de programa de computador para registrar e controlar as vendas, o consumo e a destinação das compras de bens e serviços fluminenses por parte dos turistas estrangeiros. Importa que o sistema a ser montado pela(s) autoridade(s) fazendária(s) deve privilegiar a não incidência de impostos indiretos estaduais nas operações equiparadas às exportações para serem feitas para os turistas estrangeiros. Esse cuidado deve ser feito com vistas a não ser necessário que haja operação de cashback para ressarcir o turista estrangeiro por imposto indireto estadual de modo a evitar impacto negativo no tesouro estadual devido à saída de recursos financeiros principalmente do caixa do Estado, lembrando que este sempre é frágil devido ao regime de recuperação fiscal em curso.
Esses são os elementos transversais e uniformes para ativar a base para a atração e potencialização de ações para aumentar a atração de turistas estrangeiros para o Estado do Rio de Janeiro. Agora, é preciso detalhar sugestões de corte setorial para aumentar o fluxo turístico para o Estado do Rio de Janeiro.
III- NOVOS SERVIÇOS TURISITICOS SETORIAIS A SEREM POTENCIALIZADOS
III- 1 GOLF IN RIO: POTENCIAL DE ATRAÇÃO DE TURISTAS ESTRANGEIROS
Uma das características singulares da Cidade do Rio de Janeiro é que a mesma possui três campos de golfe, a saber: a do Gávea Golf Club, e a do Itanhagá – tradicionais e formadas sob o conceito de clubes-, e o campo de golfe olímpico, legado direto dos Jogos Olímpicos de 2014.
Do ponto de vista de localização geográfica e de atratividade com base em recursos naturais, este conjunto de campos apresenta potencialidade impar para ser exposto como um destino turístico para os jogadores de golfe, localizados no exterior. Há sol, mar, florestas e bosques, e, agora há no entorno infraestrutura de hospitalidade, composta por hotéis, bares, restaurantes e residências passíveis de serem alugadas por temporada.
A título de ilustração, um campo tem uma das maiores áreas aberta para uma praia fora de baía, em barra, no mundo, e sem edificações altas próximas. Outro campo está no sopé da primeira floresta replantada, no mundo, que é a Floresta da Tijuca, e também sem edificações altas próximas. O último e mais recente campo de golfe foi construído num belo enclave geográfico, próximo da infraestrutura de hotéis nova localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, e que dispõem padrão apropriado para jogos e eventos, e, não possui estrutura de clube, o que facilita a venda de pacotes turísticos para jogadores estrangeiros.
Vale lembrar que o golfe é mundialmente popular. Existem mais de 32.000 campos de golfe em uso em todo o mundo, atraindo 56 milhões de jogadores. Estima-se que em antes da pandemia, mais de 63 milhões de jogadores tiravam férias para jogar golfe, gerando negócios no valor de cerca de U$ 25,3 bilhões anuais, nos destinos turísticos.
Do exposto, considerando que há infraestrutura de Golfe, na cidade do Rio de Janeiro, e a taxa de cambio é favorável para oferecer pacotes turísticos com base em “pratica de golfe em ambiente de sol, praia e montanha”, o que falta para atrair turistas estrangeiros – é uma DMC para trabalhar os praticantes de golfe – para virem para o Rio de Janeiro.
Em tempos de digitalização dos negócios, inclusive de turismo internacional, se precisa fomentar por uma campanha de marketing digital para desenvolver um conteúdo e um branding Golf in Rio, a ser criada, montada e disseminada preferencialmente por um tipo de start up de DMC (Destin Management Company) para se especializar na promoção e venda internacional de “pacotes e serviços” turísticos para golfe no Rio de Janeiro.
Essa DMC especializada vai vender um produto composto por pacote do campo de golfe, dos hotéis, bares e restaurantes da região, e de alguns tours na região, inclusive alguma ação de turismo inclusivo para pro-poor em regiões da Rocinha ou Barrinha. Até casas da região da Muzema e adjacências poderiam ser usadas para ofertar estadias a preço low cost, com vista para a floresta e a montanha. A DMC com apoio de uma ação pública iria buscar uma cooperação entre os atores da cadeia de turismo da Zona Oeste do RJ para que se conseguissem formar um bom preço de exportação de modo a que atitudes míopes inviabilizem a entrada e a captura pela cadeia de valor de Golfe do Rio de uma pequena parcela do mercado internacional desse mercado.
Então, o que é preciso ser feito? A ideia é simples: selecionar e criar por meio de uma DMC uma rede de agentes no exterior para vender o Golf in Rio. Entender esse conceito se faz apenas necessário navegar nos sites: https://execgolf-leisure.com/; https://golftourismaustralia.com/about-us/; https://www.alchemydmc.com/golf/; https://www.francegolfpackages.com/; https://www.igtmarket.com/; e http://japangolftourism.com/travel/. Seria ainda importante que essa DMC se associasse a entidade mundial de turismo para golfe, que é https://www.iagto.com/.
Desse modo se conseguiria identificar os players do mercado e, sobretudo, descobrir que agentes estão dispostos a firmar um tipo de acordo de agente com a DMC carioca. Por sua vez, essa pode até montar um tipo APL – arranjo produtivo local tipo https://miegolftourism.org/about-us/, reunido os stakeholders da cadeia de Golf no Rio para dar ciência e transparência das suas ações e atividades.
Cabe sempre destacar que as ações e os investimentos iniciais da DMC seriam voltados para fazer campanha de foto e vídeo por mídia social, e seus custos seriam voltados para impulsionar uma campanha focada em amante ou jogador de golfe, e os custos em formar e contratar a rede de agentes, e também montar os pacotes especializados para vender o Golf in Rio. Por ser uma exportação de serviços, um projeto como esse poderia ser apoiado pela APEX.
Apoiar uma ação para atrair turistas e jogadores estrangeiros de Golfe para a Cidade do Rio Janeiro é estratégica no momento presente, pois ao se centrar no produto/serviço de Golf, não há necessidade no composto mercadológico de venda e marketing interacional de relacionar esse produto com as áreas tradicionais de turismo internacional da cidade – Copacabana, Cristo redentor, Pão de Açúcar, Escadaria Selleron. Nesse caso, de fato é um produto novo a ser oferecido no mercado internacional. Por isso, apoiar o Golf in Rio trará benefícios para a Cidade do Rio De Janeiro.
III- 2 – ROWINGIN RIO: POTENCIAL DE ATRAÇÃO DE TURISTAS ESTRANGEIROS
Uma das características singulares da Cidade do Rio de Janeiro é que a mesma possui duas áreas para a prática de Remo. A tradicional é no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, e começa a ter mais outra área – ainda em estágio de desenvolvimento em pequenos grupos – no entrono do campo de golfe olímpico na Barra. Ambas as áreas podem ser consideradas como legado direto dos Jogos Olímpicos de 2014.
Do ponto de vista de localização geográfica e de atratividade com base em recursos naturais, estas duas áreas são propícias para a prática de remo, e seus atuais clubes apresentam potencialidade impar para serem expostos como um destino turístico para atletas de remo, profissionais e/ou amadores, sobretudo os localizados no exterior. Há sol, lagoas, florestas e bosques, e, no entorno da lagoa Rodrigo de Freitas há infraestrutura de hospitalidade, composta por hotéis, bares, restaurante e residências passíveis de serem alugadas por temporada. Também há diversos clubes de remo na região.
Por sua vez, na Barra da Tijuca há uma área de prática de remos que está co -evoluindo com um campo de golfe. Essa iniciativa é de um clube de remo que está sendo difundida nessa região por esse clube. Vale lembrar que o Campo de Golfe foi construído num belo enclave geográfico ao lado da lagoa da região, e está próximo da infraestrutura de novos hotéis que estão localizados na zona oeste do Rio de Janeiro.
E, ambas as áreas dispõem de padrão apropriado para competições e eventos ligados à pratica de Remo. Inclusive há a possibilidade de se tentar incluir o Rio de Janeiro nas etapas do circuito MASTER MUNDIAL como um projeto piloto para firmar a imagem do Rio de Janeiro como destino turístico para a prática de remo.
Vale lembrar que o remo é mundialmente popular. Existem inúmeros clubes em todo o mundo. Estima-se que um bom número de praticantes pode tirar férias para praticar remo e viajar, gerando negócios nos destinos turísticos que apresentem sol e boas condições climáticas em comparação com o inverno no hemisfério norte.
Do exposto, considerando que há infraestrutura de Remo na cidade do Rio de Janeiro, e a taxa de cambio é favorável este é o momento para se desenvolver um projeto piloto para oferecer pacotes turísticos com base em “prática de remo em ambiente de sol, praia e montanha” via mídia social e participação em feiras e exposições internacionais. De fato, um projeto piloto com esse corte é o que falta ser incentivado e executado para atrair turistas estrangeiros – praticantes de Remo – para virem para a Cidade do Rio de Janeiro.
Em tempos de digitalização dos negócios, inclusive de turismo internacional, se precisa e fomentar uma campanha de marketing digital para desenvolver um conteúdo e o branding Rowing in Rio, a ser criada, montada e disseminada preferencialmente por uma DMC (Destin Management Company) para se especializar na promoção e venda internacional de “pacotes e serviços” turísticos para o remo no Rio de Janeiro.
Essa DMC especializada vai vender um produto composto por pacote do aluguel dos serviços e barcos por um clube de remo do Rio de Janeiro (que fará a sub-contratação desses serviços junto aos demais clubes de remos localizados na lagoa do Rodrigo de Freitas e na Barra) Inclusive será desenvolvida alguma ação de turismo inclusivo pro-poor para que os turistas que forem praticantes de remo possam conhecer a singularidade da cultura da Cidade do Rio de Janeiro. Por isso, deveria ser uma ação pública junto com a DMC e os clubes de remos para buscar uma cooperação na formação do preço de exportação de modo a que atitudes míopes inviabilizem a entrada e a captura pela cadeia de valor de Remo do Rio de uma pequena parcela do mercado internacional desta cadeia.
Então, o que é preciso ser feito? A ideia é simples e pode ser decomposta nos seguintes passos, a saber. O primeiro passo é registar a marca e o branding Rowing in Rio, e, sobretudo mostrar o potencial turístico implícito ao Remo, que pode ser identificado ao se navegar nos sites:
- https://rowingtheworld.com/;
- https://www.rowingvacations.com/;
- http://irowtours.com/;
- https://www.hotevents.co.nz/rowing-travel;
- https://rowing-in-europe.com/about-us/;
- https://rowingtravelblog.com/;
- https://pt-br.facebook.com/rowingtheworld/;
- https://www.adventure.travel/tour-operators/rowing-the-world;
- https://worldrowing.com/
- https://www.gonomad.com/1627-rowing-around-the-world-one-woman-s-odyssey;
- https://www.rowingtheworldusa.com/;
- https://www.rowsource.com/hot-seat/ruth-marr-rowing-the-world;
- https://thethoughtfulrower.com/experiencing-world-rowing-tour/;
- https://readyrowusa.com/
- https://www.rowperfect.co.uk/rowing-travel-as-club-development/;
- https://rowingtours.nz/;
- https://rowingaustralia.com.au/stage-and-screen-travel-services/;
- https://www.gocoastalrowing.com/mission-vision;
- https://www.insubuy.com/rowing-travel-insurance/;
- https://juniorrowingnews.com/the-worlds-best-rowing-destinations/
O segundo passo será criar mídia social com conteúdo escrito e virtual. Isso será feito para mostrar as práticas de remo em ambiente de sol, praia e montanha focado no Rio de Janeiro, sob o domínio da marca Rowing in Rio. De fato, o objetivo dessa ação é inspirar o desejo dos remadores localizados no estrangeiro a partir de vídeos postados num canal do you tube, como descritos e postados abaixo:
A partir dessa promoção de destino inicial se pode focar em se produzir conteúdo com o apoio dos atletas do remo do Rio de Janeiro em que se mescle características especificas do remo e dos cariocas que praticam esse esporte. E isso seria veiculado no site especifico rowing in rio, a ser criado.
O terceiro passo seria buscar incentivar a criação de uma start up de turismo tipo uma DMC que seja capaz de montar um rede de agentes no exterior para vender os pacotes associados ao Rowing in Rio.
Com a implementação dessas três ações se conseguiria identificar os players do mercado de Remo e, sobretudo, e descobrir que agentes internacionais estão dispostos a firmar um tipo de acordo comercial com a DMC carioca.
Por sua vez, os stakeholders desse projeto piloto podem incentivar até montar um tipo APL – arranjo produtivo local, reunindo a cadeia de Remo no Rio para dar ciência e transparência das suas ações e atividades.
Cabe sempre destacar que as ações e os investimentos iniciais a serem dispendidos na montagem do site e na busca da DMC seriam voltados para fazer campanha de foto e vídeo por mídia social. E, haveria ainda custos para impulsionar a campanha focada no praticante de Remo no exterior, e os custos em formar e contratar a rede de agentes internacionais.
Apoiar uma ação para atrair turistas e praticantes de Remo para a Cidade do Rio Janeiro é estratégica no momento presente, pois ao se centrar no produto/serviços de Remo, há possibilidade de que no composto mercadológico de venda e marketing interacional do pacote de Remo se relacione esse produto com as áreas tradicionais do turismo internacional da cidade – visto ser a Lagoa Rodrigo de Freitas um enclave entre Copacabana, Cristo Redentor, Ipanema, indo até a enseada de Botafogo, e o Pão de Açúcar. Isso é um produto turístico novo a ser oferecido ao mercado internacional. Por isso, apoiar o projeto piloto Rowing in Rio trará benefícios de geração de imagem, renda e emprego para a Cidade do Rio De Janeiro.
III-3 MEDICAL TOURISM IN RIO: POTENCIAL DE ATRAÇÃO DE TURISTAS ESTRANGEIROS
Países que querem obter mais fatias do mercado internacional de turismo fazem investimentos significativos na diversificação de seus produtos e serviços turísticos. Nesse contexto, a mobilidade atual de turistas para serem atendidos pelo setor de turismo médico e as previsões sobre seu futuro tornaram o turismo médico um setor para ser objeto de promoção de destino turístico no Rio de Janeiro. Hoje, as viagens de turismo médico são realizadas principalmente para tratamento de infertilidade, doenças oncológicas, ortopedia, obesidade, tratamentos odontológicos, cosméticos e cardiovasculares.
No passado, o Rio de Janeiro foi um centro de cirurgia estética, e hoje, ainda mantém uma tradição de receber pacientes da África, da América do Sul e de brasileiros emigrados do exterior. Ao virem para cá – os turistas africanos e sul-americanos (notadamente paraguaios, bolivianos, peruanos) têm acesso a um tratamento a um preço bom para eles com um atendimento e hospitalidade discreta nos procedimentos pós-operatórios. Cumpre destacar que na maioria das vezes esses clientes são ex- estudantes africanos e sul – americanos que cursaram universidade no Brasil (muitos no RJ), e, conhecem o jeito de ser do brasileiro e da medicina local. Por sua vez, os Brasileiros que emigraram e tem passaporte estrangeiro – na grande maioria emitido pelos EUA – vem se tratar aqui, e ficam normalmente mais de trinta dias segundo as estatísticas da Embratur. Importa reter é que há condições no RJ de se organizar e iniciar uma campanha para vender o RJ como turismo médico.
O tamanho do mercado de turismo médico, a presença de desenvolvimentos tecnológicos na área médica e os baixos custos de tratamento em países em desenvolvimento são vistos como a principal força motriz que aumenta o crescimento do mercado. Por esse motivo, milhões de pessoas ao redor do mundo viajam para países onde o tratamento é mais acessível para superar restrições como dificuldades de acesso ao sistema de saúde em seus países.
O turismo médico foi inicialmente definido como o movimento de um paciente viajando de um país menos desenvolvido para um país clinicamente desenvolvido para receber melhor tratamento de saúde. No entanto, essa tendência mostrou uma mudança reversa com o número crescente de pacientes optando por viajar de países desenvolvidos para países em desenvolvimento para fins médicos. A razão mais importante para essa situação é o aumento dos preços dos serviços de saúde em países desenvolvidos. Além disso, o alto prestígio dos serviços de saúde de países que viajam para tratamento médico aumenta a preferência de regiões de turismo médico.
Considerando o processo de desenvolvimento e o potencial do turismo médico no mundo, e o posicionamento do RJ na oferta de serviços médicos se pode de fato buscar vender o Estado como um destino de venda para esse serviço especializado.
Conceitos de turismo de saúde e turismo médico são frequentemente usados como substitutos. O turismo de saúde é um tipo de turismo que inclui turismo termal, turismo de spa e bem-estar, turismo para terceira idade, turismo para deficientes e turismo médico. Neste contexto, deve-se observar que o turismo médico é um dos vários tipos de turismo de saúde. Além disso, pessoas que não viajam para fins de tratamento, mas que ficam doentes ou se machucam e precisam receber tratamento durante a viagem são consideradas como o assunto do turismo de saúde dentro do escopo da saúde turística, enquanto pessoas que viajam para receber tratamento médico são consideradas dentro do escopo do turismo médico.
O turismo médico geralmente ocorre por que o paciente/turista no exterior decide viajar para outro país devido à baixa qualidade dos médicos, altos custos, longos tempos de espera, inadequados serviços de saúde e cobertura de seguro. Por definição, o turismo médico é a ação de pessoas que viajam de seu país para outro país para se beneficiar de serviços de saúde, como tratamento médico, tratamento odontológico, cosmético, tratamento reprodutivo, transplante de órgãos, exames médicos, cirurgia plástica, cardiologia, intervenções ortopédicas e cuidados cirúrgicos.
Um produto turístico é qualquer serviço turístico ou combinação de serviços. No marketing moderno, o produto é considerado em três níveis: produto principal, produto formal e produto aumentado. No produto de turismo médico, o produto principal responde à questão do que o turista médico realmente compra. O produto formal inclui as características físicas e percebidas do produto, incluindo sua qualidade, características, credenciamento, prestígio da marca e a embalagem do produto. O produto aumentado inclui serviços de pré e pós-venda, transporte local, acomodação, shopping centers e gestão de zonas de turismo médico. De fato, o produto do turismo médico a ser ofertado é soma de quatro elementos principais: instalações de saúde e talento médico, suporte e qualidade de hotéis e restaurantes, estrutura geral de turismo, políticas governamentais e leis.
Apesar de ser propor a criação de uma DMC para promover o setor é preciso que haja um maior esforço entre os provedores de serviços médicos, o setor de turismo e o governo para definir o melhor produto de serviço médico para o RJ.
Então, o que é preciso ser feito? A ideia é simples e pode ser decomposta nos seguintes passos, a saber. O primeiro passo é que isso seja uma missão orientada de política e pensada nos moldes, por exemplo, do https://www.healthcareresearchcenter.org/moonshot. Depois, que essa ideia e seja acolhida num espaço universitário como ohttps://www.uncp.edu/academics/research/medical-tourism-research-center.
O segundo passo será criar mídia social com conteúdo escrito e virtual. Isso será feito para mostrar as práticas e as instalações existentes no RJ para receber o turista estrangeiro, e, assim começar a vender o novo trade, como descrito e abaixo:
- https://www.medicaltourism.com/
- https://www.health-tourism.com/
- https://medtour.help/
- https://www.medicaltourismassociation.com/
- https://mymedtrip.com/
- http://healthtourism.pro/
- https://www.medretreat.com/
O terceiro passo seria buscar incentivar a criação de uma start up de turismo tipo uma DMC que seja capaz de montar um rede de agentes no exterior para vender os pacotes associados ao turismo médico. Nessa etapa se recomenda ter apoio de uma consultoria internacional especializada em elaborar e criar business plans adequados a cada cultura dos hospitais privados, e clinicas das fundações de saúde do Estado do Rio de Janeiro que queiram exportar seus serviços de saúde.
Com a implementação dessas três ações se conseguiria identificar os players do mercado de saúde no Rio de Janeiro dispostos a expandir suas exportações e, sobretudo, descobrir que agentes internacionais estão dispostos a firmar um tipo de acordo comercial com a DMC carioca para vender e exportar serviços médicos.
Por sua vez, os stakeholders desse projeto piloto podem incentivar até montar um tipo APL – arranjo produtivo local, reunindo a cadeia de saúde o Rio para dar ciência e transparência das suas ações e atividades.
IV – DMCs como incentivo ao maior afluxo de turistas estrangeiros para o RJ
Cidades e regiões têm adotado cada vez mais estratégias de incentivar a criação de DMCs como a missão de implantar ações de promoção e de marketing de serviços turísticos para criar imagens de destinos coerentes e posicionamento para atrair um maior fluxo de turistas estrangeiros. Promover um destinoé umprocesso de criação de significados de lugar ou senso de lugar por meio de identidades e imagens associadas a comunidades locais. Em outras palavras, promover um destino é um processo de “criar lugares melhores”, que pode ser alcançado por meio de ações de baixo para cima, orgânicas e incrementais como o incentivo à criação de DMCs aqui proposto, associadas às abordagens de cima para baixo, planejadas e executadas com o apoio explícito das autoridades governamentais da União, e do Estado e dos Municípios do Rio de Janeiro.
A promoção de destino via DMCs e a criação de lugares e o incentivo à oferta de novos serviços e/ou pacotes turísticos no Rio de Janeiro pode facilitar o desenvolvimento holístico de destinos, e, aprimorar qualidades atraentes de lugares tanto para residentes quanto para visitantes e conectar a cultura, turismo e outras partes interessadas por meio de uma narrativa coerente de lugares. Isso cada vez deve ser visto como uma estratégia eficaz para o desenvolvimento de mercados turísticos. Na prática, isso significa identificar recursos, significados e ter criatividade como os elementos centrais para a criação de lugares para expor e explorar novos trades turísticos.
Cabe observar que recursos é uma rede ou network que conecta o espaço de fluxos e o espaço de lugares para aproveitar recursos, tangíveis e intangíveis. Recursos tangíveis incluem hardware de destino, como edifícios históricos, instalações existentes de golfe, remo, serviços de saúde, e empresas das indústrias criativas ou conexas ao turismo, enquanto recursos intangíveis ou ‘software’ incluem linguagem, conhecimento e habilidades. Por sua vez, a criatividade dá significado aos recursos ao permitir que as partes interessadas se identifiquem com eles, e a criatividade também é um catalisador para “fazer as coisas acontecerem”. A criatividade institucional inclui o desenvolvimento de estruturas para facilitar a ação, incluindo governança.
Incentivar DMCs para desenvolver a imagem de novos produtos e serviços turísticos tanto na Cidade do Rio de Janeiro, quanto no Estado induz ao desenvolvimento de novos produtos e serviços na região fluminense como “um processo de criação de significado”, numa visão holística com várias partes interessadas participando da formação de significados. Por buscar um aumento do afluxo de turistas estrangeiros ao Rio de Janeiro, cabe destacar que a promoção do destino para o turismo de massa induz à necessidade de um relacionamento equilibrado ou harmonioso entre turistas estrangeiros, comunidades locais e organizações e empresas que fornecem serviços turísticos” no desenvolvimento da imagem.
As sugestões expostas ao longo desse artigo permite incentivar a expansão de um significativo afluxo de turistas estrangeiros por meio da educação e requalificação da força de trabalho associada a prestação de serviços com uma cultura exportadora, de qualidade na prestação do serviço ao cliente estrangeiro com inclusão produtiva e social, notadamente para a juventude do RJ.
Isso significa que promover o destino do RJ nas bases aqui propostas significa ‘melhorar a qualidade de vida para todos. De fato, isso significa busca melhorar a qualidade no RJ de ‘viver, trabalhar e recepcionar o turista estrangeiro por meio de: (a) incentivo à educação e formação de jovens talentos; (b) incentivo à promoção de produtos e serviços oriundos nas indústrias culturais e criativas; (3) estimular viagens de lazer para a vinda de turistas estrangeiros durante todo o ano; (4) expandir o empreendedorismo; (5) expor a excelência dos serviços médicos e de saúde da região; (6) expor o remo e o golfe como atividades da cidade; e (7) encorajar que os turistas estrangeiros tenham experiências únicas no Estado do RJ para retornarem.
O incentivo à constituição de DMCs permitiria, sem dúvida, que os atores que compõem a cadeia de valor do turismo no RJ capitalizassem os recursos culturais significativos da região com potencial turístico, principalmente hotéis, gastronomia, joias, moda, remo, golfe, serviços médicos, lutas marciais, música, cultura e artes e idioma. Ao desenvolvermos e potencializarmos novas ofertas de trades turísticos no RJ mediante incentivo à formação de DMCs para desenvolver seus próprios e novos trades turísticos estaremos a incentivar o potencial regional do turismo. Isso facilitará a abertura para o mercado internacional, ao criar incentivos específicos para a atração e maior afluxo de turistas estrangeiros para o Rio de Janeiro.
Mario Cordeiro de Carvalho Junior é Professor da FAF-UERJ