Casal de idosos em frente a um lago. Foto: reprodução

Os chamados “divórcios grisalhos” têm despertado crescente atenção em estudos demográficos e sociais. O termo, usado para descrever separações entre cônjuges com mais de 50 anos, geralmente após décadas de casamento, reflete uma tendência global impulsionada pelo envelhecimento da população e por mudanças culturais significativas.

Embora anteriormente raros, esses divórcios vêm aumentando em frequência. Nos Estados Unidos, a taxa de divórcios entre adultos com mais de 50 anos mais que dobrou entre 1990 e 2010. Hoje, quase 40% das separações no país envolvem casais dessa faixa etária. Em 2012, um estudo da Bowling Green State University já alertava para uma “revolução cinzenta do divórcio”.

Na Europa, fenômenos similares são observados. Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) da Espanha mostram que 32% dos divórcios registrados em 2023 foram de casais casados há pelo menos 20 anos. Além disso, a idade média para o divórcio tem aumentado. Entre os homens espanhóis, a média já é de 49 anos.

Mas o que explica esse crescimento? Especialistas apontam uma combinação de fatores. Aumento da expectativa de vida, maior independência financeira, evolução dos papéis sociais e melhores condições de saúde contribuem para que muitos casais repensem suas relações em busca de mais qualidade de vida.

Mão de uma pessoa idosa mostrando a aliança de ouro. Foto: reprodução

Pesquisadores da Universidade de Haifa, em Israel, destacaram que idosos com saúde e vitalidade melhores estão mais dispostos a priorizar a realização pessoal.

Além disso, os divórcios cinzentos geralmente resultam de processos longos e complexos, frequentemente divididos em duas fases: um período inicial de convivência com distanciamento emocional e uma fase decisiva de ruptura, motivada por fatores como problemas financeiros, infidelidade ou má comunicação.

Outro ponto relevante é o fenômeno dos múltiplos divórcios cinzentos. Pesquisas indicam que 8,5% dos homens que se divorciam após os 50 anos enfrentam novas separações em casamentos subsequentes. Entre as mulheres, a taxa é de 6,5%.

Embora a tendência de divórcios grisalhos pareça ter se estabilizado em algumas regiões após a pandemia, os números seguem altos. Isso ressalta a importância de entender as implicações sociais e emocionais desse fenômeno.

“Mais de 600.000 pessoas com 50 anos ou mais se divorciaram nos Estados Unidos em 2010, mas ainda não temos clareza sobre as consequências disso”, afirmaram Susan L. Brown e I-Fen Lin, em um estudo pioneiro sobre o tema.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 04/01/2025