O governo Lula sabe — e há tempos — que o Brasil caminha para um colapso fiscal. A partir de 2027, o cenário torna-se praticamente insustentável. A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que deve fechar 2024 em 78,3% do PIB, poderá ultrapassar os 100% já em 2030, alcançando 116,3% em 2034, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI). O problema não é só o tamanho da dívida, mas o custo dela: nossos juros são muito mais altos que os de países com endividamento semelhante, seria o alerta de Delfim Netto (foto/reprodução internet), se ainda estivesse entre nós. Estamos no mesmo patamar de dívida de várias nações europeias — mas com um juro real que mais parece punição. A CONOF, ligada à Câmara dos Deputados, também acende o alerta: o Brasil não está entre os países mais endividados do mundo, mas paga um dos maiores preços pelo privilégio de dever. Essa combinação — dívida crescente e custo de rolagem exorbitante — é uma bomba-relógio. Sem reformas estruturais, o país corre o risco de trocar a discussão sobre crescimento por outra sobre solvência.
