A promessa de comida e itens básicos de sobrevivência virou sentença de morte para centenas de palestinos na Faixa de Gaza. Nos últimos oito dias, pelo menos 102 pessoas foram mortas e mais de 460 ficaram feridas ao se dirigirem a centros de distribuição de ajuda administrados pela Fundação Humanitária de Gaza — locais que, segundo o Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza, foram usados como isca para ataques deliberados das forças israelenses.
A tragédia mais recente ocorreu em Rafah, no sul do enclave, onde 27 palestinos foram assassinados a tiros ao tentar conseguir alimentos em uma área classificada por Israel como “zona humanitária segura”.
As equipes de defesa civil descreveram os locais de distribuição como “armadilhas mortais”, reforçando a acusação de que os ataques não foram erros operacionais, mas ações premeditadas.
Testemunhos colhidos nos hospitais pela rede árabe Al Jazeera são chocantes. “As pessoas foram mortas enquanto seguravam cestas básicas”, relatou um voluntário humanitário.
O Hospital Nasser, em Khan Younis, também no sul, recebeu 35 corpos, sendo 27 deles das vítimas do massacre em Rafah, já enfrenta colapso.
Outros seis mortos foram levados ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir el-Balah. Na Cidade de Gaza, o Hospital al-Shifa recebeu 14 corpos e o Hospital Árabe al-Ahli, outros três.
Médicos alertam que há escassez de sangue e suprimentos médicos, e a maioria dos internados está em estado crítico.
Para o Governo de Gaza, o padrão é claro: Israel está cometendo um “crime horrível e intencionalmente repetido”.
Contagem de mortos só cresce
A guerra em Gaza já tirou a vida de 54.510 palestinos e deixou 124.901 feridos desde 7 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde do enclave. Apenas nas últimas 24 horas, 58 novos óbitos foram registrados.