Em seu perfil na rede social X, João Jorge Caproni Pimenta, membro da Executiva Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), publicou uma denúncia sobre a atuação da deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP). Disse ele:

“No 1°de Maio eu vi uma cena que simboliza o que é o PSOL. A deputada Érika Hilton veio, disse oi ao ato que ela teria chamado, depois ficou para fazer fotos para a demagogia. Na foto, tem 1 deputado e 5 fotógrafos. Não é luta, é só propaganda mesmo, campanha eleitoral permanente.”

Pimenta ainda publicou uma foto que corrobora a denúncia:

A denúncia do dirigente trotskista se refere à participação de Érika Hilton no movimento Vida Além do Trabalho (VAT), um movimento que se propõe a acabar com a jornada de trabalho 6×1.

Com muito apoio da imprensa burguesa e de parlamentares burgueses, o movimento acabou se tornando conhecido e, com isso, ganhou simpatia de alguns setores ligados à classe operária, levando-os a uma confusão.

Uma análise sobre o movimento pelo fim da escala 6×1

O movimento VAT nada tem a ver com a luta do movimento operário. Historicamente, os trabalhadores sempre lutaram pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Portanto, em vez da palavra de ordem de fim da jornada de trabalho 6×1, a reivindicação dos trabalhadores para a atual etapa seria a redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais. Assim, aumentaria o tempo livre de fato para os trabalhadores e manteria os salários.

A proposta do VAT não é essa. É substituir o regime 6×1 por um regime 4×3, o que não implica nos ganhos para a classe operária que a redução da jornada de trabalho implica. Pelo contrário, trata-se de um regime que interessa aos próprios patrões, tanto que eles mesmos impulsionam o movimento VAT.

Em coluna publicada neste Diário, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, já havia explicado que:

“O movimento VAT é uma importação, responde a uma organização chamada 4dayweek Global, uma ONG empresarial imperialista que propaga a ideia da semana 4×3.

Por quê? A proposta de 4×3 não é uma verdadeira proposta de redução da jornada, mas uma proposta de flexibilização da jornada, ou seja, é pior que a escala 6×1. Por isso, o projeto apresentado, que sequer faz sentido, uma vez que a sua semana 4×3 levaria a 32 horas quando o projeto propõe 36 horas, não fala dos salários e do final de semana livre.”

Contra a escala 6×1, sim; movimento VAT e seu projeto, não

Na medida em que não se trata de um movimento ligado à luta dos trabalhadores, não é uma reivindicação popular. Por isso, toda tentativa de transformar o VAT em um movimento popular tem inevitavelmente fracassado.

Na Câmara dos Deputados, a principal defensora do VAT é justamente Érika Hilton. Por isso, no 1º de Maio, dia em que até mesmo os banqueiros procuram fazer demagogia com os trabalhadores, Hilton convocou um ato para defender o seu movimento.

Conforme João Pimenta demonstrou, o “ato” consiste, no entanto, em um circo. O objetivo de Hilton não é mobilizar os trabalhadores para defender os trabalhadores, uma vez que se trata de uma defesa dos patrões. E, por isso, o seu “ato” não é um ato de verdade. É apenas uma operação tosca de marketing.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 02/05/2025