O delegado Fábio Pinheiro Lopes foi afastado do Deic. Foto: reprodução

O delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foi afastado do cargo pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), enquanto estava de férias, por suspeita de ligação com o Primeiro Comando da Capital. Murilo Fonseca Roque, de uma delegacia de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, também deixou seu cargo. Eles foram denunciados pelo empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Além do delegado, Gritzbach apontou na delação ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nomes como o deputado estadual bolsonarista Delegado Olim (PP) e o advogado Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves. As acusações de Gritzbach culminaram no afastamento de autoridades e prisões realizadas pela Polícia Federal (PF).

Segundo o delator, o advogado Ramsés cobrou R$ 5 milhões para resolver pendências judiciais do empresário, incluindo o desbloqueio de bens, a devolução de seu passaporte e a possibilidade de responder em liberdade por acusações de lavagem de dinheiro. Parte do pagamento foi feita por meio de dois apartamentos, cheques e transferências bancárias. Gritzbach apresentou prints de mensagens e fotos de Ramsés em locais como a Assembleia Legislativa de São Paulo.

O deputado Olim, citado na delação de Gritzbach, ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O delegado Fábio negou as acusações e afirmou que o empresário não obteve nenhuma vantagem, enquanto os imóveis mencionados estão em nome de Ramsés e de sua filha. O advogado não foi localizado para comentar as denúncias, mas possui antecedentes por estelionato, violência doméstica e outras infrações.

Após a morte de Gritzbach, a PF prendeu quatro policiais acusados de envolvimento no esquema: o delegado Fábio Baena Martin e os investigadores Eduardo Monteiro, Marcelo Souza e Marcelo Ruggieri. Todos estão no Presídio Especial da Polícia Civil.

O quinto acusado, Rogério Almeida Felício, permanece foragido. Eduardo Monteiro é sobrinho da corregedora-geral Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, que pediu afastamento após as denúncias.

Rosemeire, que alegou desgaste no cargo, aceitou a decisão da SSP de exonerá-la. Gritzbach já havia delatado cinco policiais na Corregedoria da Polícia Civil, pouco antes de ser assassinado, reforçando as investigações sobre corrupção e possíveis ligações com facções criminosas como o PCC.

A PF também prendeu o advogado Ahmed Hassan Saleh, conhecido como Mudi, e os empresários Robinson Granger Moura e Ademir Pereira de Andrade, ambos investigados por suposto envolvimento com o PCC. O deputado estadual Delegado Olim negou as acusações, declarou que seu nome foi usado indevidamente e afirmou que tomará medidas legais.

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Last Update: 20/12/2024