Em artigo publicado pela revista Movimento intitulado Um salto de qualidade nos ataques, do grupo Movimento Esquerda Socialista (MES), do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), um tal de Israel Dutra, dirigente do grupo, apresenta sua “análise” sobre a tentativa de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-SP).
A ofensiva contra o mandato de Braga é, inegavelmente, parte de uma ofensiva geral do imperialismo contra os direitos democráticos de toda a população, mas o que o MES propõe como política levará a um aprofundamento desses ataques. No mesmo texto em que defende Braga, Dutra critica o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que visa amenizar a pena de outro perseguido político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Dutra demonstra seguir uma política de conveniência: denuncia a violência apenas quando atinge a si próprio. A perseguição é um mecanismo repressivo; a defesa seletiva da perseguição é uma defesa da própria repressão.
O segundo erro grave de Israel Dutra é a sua cegueira ideológica ao analisar a conjuntura internacional. O autor atribui a origem do cerco e da “polarização internacional” a Donald Trump, que estaria alimentando a extrema direita. Essa é uma falsificação grotesca que serve para maquiar a aliança do PSOL com os setores mais agressivos do imperialismo. Qualquer observador minimamente sério reconhece que a agressividade imperialista na guerra não vem primariamente da linha política de Trump. Pelo contrário, está claro que Trump tenta, na Ucrânia, desescalar o conflito e encerrar a guerra. A verdadeira agressividade imperialista vem da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de “Israel”, do Partido Democrata — os mesmos setores que no Brasil são representados pela rede Globo e apoiados pelo STF em sua perseguição a Bolsonaro.
O PSOL se recusa a criticar essa ofensiva imperialista da OTAN e de “Israel” porque está em uma aliança ideológica e política com a “direita civilizada” brasileira. A política do partido com o bloco que persegue Bolsonaro, não por defender a “democracia”, mas por defender uma ditadura neoliberal no País.