À medida que o Brasil se prepara para sediar a Cúpula do G20, um evento de grande relevância global, o cenário diplomático nacional enfrenta uma ameaça potencial. A Federação e Sindicato dos Diplomáticos Brasileiros (FDB) aprovou, pela primeira vez em sua história, um indicativo de greve em resposta às tensões crescentes nas negociações salariais com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e às demandas por mudanças na carreira diplomática.
A aprovação do indicativo de greve reflete um clima de insatisfação que tem sido intensificado entre os diplomáticos, especialmente após a entrada de aproximadamente 500 novos diplomáticos durante o segundo governo Lula, associada à Proposta de Emenda Constitucional da Bengala, que prolonga o tempo de serviço dos embaixadores. Essas mudanças resultaram em uma estagnação no fluxo de carreira, gerando frustração entre os novos diplomáticos que se veem sem perspectivas de ascensão.
Além disso, a proposta de aumento salarial apresentada pelo governo agravou ainda mais as tensões. Enquanto os embaixadores teriam um reajuste de 23%, os diplomatas mais novos, no cargo de terceiros-secretários, receberiam apenas um aumento de 7,8%. Essa discrepância salarial foi a gota d’água para um setor que já vinha acumulando descontentamento, agravando o risco de uma paralisação em um momento crítico para a diplomacia brasileira.
A iminência de uma greve coloca o governo em uma posição delicada, uma vez que a Cúpula do G20 requer a plena atuação de sua equipe diplomática. A paralisação, se confirmada, não só comprometeria a organização do evento, mas também poderia impactar as negociações e a imagem do Brasil no cenário internacional.