Dilma Rousseff e governadores do NDB falam à imprensa às vésperas da Cúpula do Brics. Foto: Divulgação/NDB

Durante a coletiva de imprensa que marcou o encerramento da reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), realizada na véspera da cúpula do Brics, a presidente da instituição, Dilma Rousseff, anunciou a aprovação de US$ 6,3 bilhões em financiamentos para 29 projetos no Brasil. O evento ocorreu neste sábado (5) e reuniu representantes das nações-membro e parceiros estratégicos.

Desse montante aprovado, aproximadamente US$ 4 bilhões já foram efetivamente desembolsados, o que corresponde a 18% do total. A informação foi apresentada como parte do balanço institucional do banco, que busca expandir seu papel no financiamento de projetos de infraestrutura, inovação e desenvolvimento sustentável nos países emergentes.

Desde sua fundação em 2014, o NDB aprovou globalmente cerca de US$ 40 bilhões em crédito. Desses, US$ 22,4 bilhões já foram repassados aos projetos em execução, com foco em iniciativas estruturantes nos países do Sul Global.

Entre as metas da gestão atual, está o incentivo ao uso de moedas locais nas operações do banco. Segundo Dilma, essa medida visa reduzir a vulnerabilidade cambial e os custos com juros internacionais, além de fortalecer os mercados internos dos países-membros.

O projeto da State Grid é o Gate – Graça Aranha Transmissora de Energia S.A. Foto: Reprodução

Um dos exemplos citados é o financiamento à modernização da infraestrutura da CPFL, no valor equivalente a US$ 200 milhões, feito em yuan. Outro destaque foi o acordo firmado em julho com a subsidiária brasileira da State Grid, prevendo a construção de uma linha de transmissão no Nordeste, com aporte estimado em US$ 3 bilhões.

Os setores estratégicos contemplados pelo banco incluem logística, inteligência artificial, centros de dados, hospitais digitais e projetos ligados à transição energética. Dilma mencionou, por exemplo, um hospital inteligente em São Paulo, desenvolvido com apoio técnico chinês e financiado pelo NDB.

Durante a coletiva, também foi anunciada a adesão da Colômbia e do Uzbequistão ao quadro de países membros. Com as novas integrações, o banco passa a contar com 11 integrantes, incluindo fundadores como Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, além de Emirados Árabes, Bangladesh, Egito e Argélia.

A presidente destacou que o crescimento do bloco tem como objetivo ampliar a representação do Sul Global nas decisões econômicas internacionais. No Brasil, a carteira ativa de projetos financiados atualmente pelo banco gira em torno de R$ 2,3 bilhões.

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Last Update: 05/07/2025