
O diagnóstico em Brasília sobre a situação de Carla Zambelli (PL) é claro: sua fuga agravou o cenário jurídico e político que já era delicado, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. A deputada federal licenciada, condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), está em paradeiro desconhecido.
Nem a Polícia Federal (PF), nem a Interpol, nem mesmo a Defensoria Pública da União (DPU), que assumiu sua defesa por ordem do ministro Alexandre de Moraes, conseguem contato com a parlamentar.
Zambelli ficou sem advogado após Daniel Bialski abandonar o caso, insatisfeito com a decisão da cliente de deixar o Brasil. Desde então, a DPU assumiu a defesa, mas enfrenta dificuldades.
Situação complicada
Segundo fontes ligadas ao caso, a avaliação interna é de que a fuga da deputada bolsonarista prejudicou qualquer tentativa de negociação para suavizar o cumprimento da pena, como um eventual pedido de prisão domiciliar.
“A fuga dela dificultou qualquer trabalho da defesa”, afirmou uma fonte com trânsito no meio jurídico. “Se tivesse ficado no Brasil, seria menos complicado pedir uma prisão domiciliar. A saída dela inviabiliza a extradição.”
Apesar do impasse, a DPU apresentou um recurso na última terça-feira (10) — embargos de declaração — para tentar evitar o encerramento imediato do processo.
“Não se ignora a complexidade da situação em exame, todavia, segue sendo imperiosa a observância escorreita das garantias fundamentais da acusada, ora embargante, como há de ser para todos/as os/as acusados/as em processos criminais”, escreveu a defesa.
Na sexta-feira (6), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal rejeitou os primeiros embargos da parlamentar, permitindo que Moraes determinasse o cumprimento imediato da pena e declarasse o trânsito em julgado, ou seja, o fim de qualquer possibilidade de novo recurso.
Depois de descumprir ordens judiciais e passar à condição de foragida, Carla Zambelli foi incluída na lista vermelha da Interpol na última quinta-feira (5), o que a tornou procurada em 196 países.
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