A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das maiores defensoras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), usou a rede social X nesta terça-feira (25) para fazer um desabafo sobre as recentes falas do maior expoente do bolsonarismo, que a responsabiliza pela derrota nas urnas em 2022.
“Enfrentar o julgamento dos inimigos é até suportável. Difícil é aguentar o julgamento das pessoas que sempre defendi e continuarei defendendo”, postou a parlamentar.
Na última segunda-feira (24), o ex-presidente afirmou que a deputada “tirou o mandato dele”, tendo em vista a má repercussão de uma perseguição armada de Zambelli a um jornalista petista em 29 de outubro de 2022, um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais, que Bolsonaro disputava contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nas redes sociais, bolsonaristas estimam que o episódio tirou, pelo menos, um milhão de votos do então presidente.
Também nesta terça-feira, Zambelli deu uma declaração ao Blog da Andréia Zadi, em que declarou não achar justo tamanha responsabilidade.
“Não acho justa. Eu sempre o defendi, estou com depressão, sendo julgada, e no pior momento ele falar dessa forma é trazer muito peso para as minhas costas”, disse a parlamentar.
Zambelli responde pela perseguição armada no Supremo Tribunal Federal, por meio de plenário virtual. Inicialmente, o julgamento terminaria na próxima sexta-feira (28), mas o ministro Nunes Marques suspendeu o processo ao pedir vista.
No entanto, a Suprema Corte formou maioria para condená-la a cinco anos e três meses de prisão, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
Gilmar Mendes, relator do caso, pediu ainda a cassação da deputada federal, alegando que a conduta de Zambelli teve conduta de “elevado grau de reprovabilidade”. Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli o acompanharam.
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