O preço da cesta básica de alimentos teve redução em 15 das 17 capitais brasileiras analisadas em maio, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira, 6, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

As maiores quedas foram registradas em Recife (-2,56%), Belo Horizonte (-2,50%) e Fortaleza (-2,42%). Apenas duas capitais apresentaram variações positivas no mês: Florianópolis (0,09%) e Belém (0,02%).

São Paulo manteve o maior custo da cesta básica no país, com valor médio de R$ 896,15. Em seguida, aparecem Florianópolis (R$ 858,93), Rio de Janeiro (R$ 847,99) e Porto Alegre (R$ 819,05).

As capitais com os menores valores foram Aracaju (R$ 579,54), Salvador (R$ 628,97), Recife (R$ 636,00) e João Pessoa (R$ 636,73). De acordo com o Dieese, nas regiões Norte e Nordeste a composição da cesta difere das demais, geralmente incluindo itens com menor valor médio.

Ao comparar os preços de maio de 2025 com os de maio de 2024, houve aumento em 16 das 17 capitais pesquisadas. As variações anuais oscilaram de 0,77%, em Natal, a 8,43%, em Vitória. Apenas Aracaju não apresentou alteração no período.

No acumulado de janeiro a maio deste ano, todas as capitais registraram elevação no custo da cesta básica. As taxas de aumento variaram de 2,48%, em Campo Grande, até 9,09%, em Belém.

Com base nos preços médios e no preceito constitucional de que o salário mínimo deve atender às necessidades básicas de uma família composta por dois adultos e duas crianças — considerando despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência — o Dieese estimou que o valor ideal do salário mínimo em maio de 2025 seria de R$ 7.528,56. O valor corresponde a 4,96 vezes o salário mínimo oficial, reajustado para R$ 1.518.

Preços de alimentos

Entre os produtos que compõem a cesta básica, o preço da carne de primeira apresentou aumento em 14 das 17 capitais pesquisadas.

Os maiores reajustes foram registrados em Curitiba (3,91%) e Florianópolis (2,68%). Por outro lado, houve queda em São Paulo (-0,82%), Fortaleza (-0,65%) e Porto Alegre (-0,04%). No acumulado de 12 meses, o preço da carne subiu em todas as capitais, com variações entre 7,43%, em Aracaju, e 28,86%, em Brasília.

O café em pó também teve elevação de preço em 16 capitais em maio, em relação a abril. As maiores altas foram registradas em Aracaju (10,70%), São Paulo (8,49%) e João Pessoa (7,98%). Apenas Goiânia apresentou queda no período (-1,71%). Em 12 meses, o produto acumulou aumento em todas as capitais, com destaque para São Paulo (75,5%) e Vitória (127,89%).

O arroz agulhinha registrou queda de preços nas 17 capitais avaliadas. As reduções variaram entre -12,91%, em Vitória, e -1,80%, em Belo Horizonte. Ainda assim, no acumulado anual, o arroz apresentou aumento de preço em todas as capitais, com variações negativas que indicam desaceleração dos aumentos anteriores: de -29,17%, em Vitória, a -3,57%, em São Paulo.

O tomate teve comportamento semelhante, com queda em todas as capitais em maio. As reduções variaram de -20,85%, em Belo Horizonte, até -1,64%, em Aracaju. No acumulado de 12 meses, apenas Vitória teve elevação (11,41%). As demais capitais registraram queda no preço do tomate, com os maiores recuos ocorrendo em João Pessoa (-32,22%), Natal (-27,87%) e Recife (-25,33%).

A pesquisa do Dieese é realizada mensalmente em 17 capitais brasileiras e serve como referência para avaliar o poder de compra do salário mínimo diante das necessidades alimentares básicas. Além disso, os dados são utilizados por sindicatos e instituições públicas para orientar políticas sociais e econômicas.

O levantamento revela que, apesar das quedas registradas no último mês, o custo da alimentação continua pressionando o orçamento das famílias brasileiras em 2025. As variações de preços entre capitais refletem a composição regional da cesta e as dinâmicas locais de abastecimento e demanda. Produtos como carne, café, arroz e tomate continuam impactando de forma significativa o valor final da cesta básica em todo o país.

O Dieese divulgará novo relatório referente ao mês de junho no início de julho, com atualização dos preços médios e do valor estimado do salário mínimo ideal. Até lá, as oscilações no custo dos alimentos continuarão sendo monitoradas, especialmente diante de fatores como a safra agrícola, o transporte de mercadorias e o comportamento da inflação.

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Last Update: 09/06/2025