
O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs foi condenado por um júri federal dos Estados Unidos por transportar indivíduos com o objetivo de envolvê-los em atividades de prostituição envolvendo duas ex-namoradas: Casandra Ventura, conhecida como Cassie, e outra mulher que usou o nome fictício Jane. O veredito foi anunciado nesta quarta-feira (2), em Nova York, após dois meses de julgamento e mais de 13 horas de deliberações.
Combs foi considerado culpado de duas das cinco acusações. Ele foi inocentado de crimes mais graves, como tráfico sexual e extorsão, que poderiam levá-lo à prisão perpétua. Ainda assim, a sentença pelos crimes confirmados pode resultar em até 20 anos de prisão, conforme a legislação americana.
Segundo a promotoria, Diddy organizava o transporte de homens entre estados ou por fronteiras internacionais para participarem das chamadas “freak-offs”, festas sexuais que promovia com suas ex-parceiras. O júri não aceitou os argumentos de que as mulheres teriam sido coagidas ou manipuladas, o que impediu a condenação por tráfico sexual.
A principal promotora do caso, Maurene Comey, pediu que Diddy permaneça preso, ressaltando a gravidade das acusações. Já a defesa solicitou sua libertação imediata e sugeriu uma fiança de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,47 milhões). O juiz federal Arun Subramanian adiou a decisão final para avaliar os argumentos.

Durante o julgamento, a defesa do rapper apresentou mensagens trocadas entre Combs e as mulheres, tentando demonstrar que os encontros eram consensuais. As vítimas, por outro lado, afirmaram que as mensagens refletiam tentativas de agradar o artista por medo e dependência emocional, reforçando que viveram relacionamentos abusivos.
O júri era composto por 12 pessoas – oito homens e quatro mulheres –, com idades entre 30 e 74 anos. Os depoimentos foram acompanhados de vídeos e imagens apresentados como prova, além de relatos de 34 testemunhas. O caso ganhou grande atenção da mídia por envolver uma das figuras mais influentes da indústria musical americana.
Mesmo sendo parcialmente inocentado, Diddy reagiu com emoção ao veredito. No tribunal, sorriu, agradeceu ao júri e fez um gesto de oração voltado à família e aos advogados. A defesa celebrou a rejeição das acusações mais pesadas, que poderiam selar seu destino com penas severas.
O desfecho do caso ainda depende da sentença oficial, mas a condenação por transporte para fins de prostituição marca um dos momentos mais críticos na carreira de Sean Combs, que além da música, também atuava como empresário e produtor. O processo é parte de uma série de denúncias de abuso e violência sexual contra o artista, que seguem em andamento na Justiça americana.