Neste 28 de agosto, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) celebra o Dia Nacional dos Bancários e Bancárias, uma data que resgata a história de luta e reafirma os desafios atuais de uma das categorias mais organizadas do país.
A data foi instituída em memória da histórica greve de 1951, quando bancários de São Paulo e Rio de Janeiro paralisaram suas atividades por 69 dias, conquistando um reajuste de 31% frente à inflação da época. O movimento inspirou trabalhadores em todo o Brasil, resultando na criação de novos sindicatos e no fortalecimento da organização da categoria.
Mas, passadas mais de sete décadas, os problemas enfrentados pelos bancários seguem atuais – e em alguns aspectos ainda mais graves. A categoria enfrenta jornadas excessivas de trabalho, pressão constante por metas abusivas, adoecimento físico e mental, além do fechamento de agências e da redução do quadro de funcionários, resultado da digitalização e da busca incessante por lucro dos grandes bancos.
Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos que atuam no Brasil lucraram mais de R$ 128 bilhões em 2023, mesmo em meio à crise econômica. Enquanto isso, bancários sofrem com sobrecarga, desvalorização salarial e aumento dos casos de doenças ocupacionais, como síndrome de burnout, depressão e ansiedade.
Com a Convenção Coletiva de Trabalho 2024–2026 já assinada, em 2025 não há Campanha Nacional, mas os direitos e reajustes estão assegurados pela CCT. O acordo garante:
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reajuste salarial pelo INPC acumulado até agosto de 2025, mais 0,6% de aumento real;
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correção dos pisos, VA, VR e PLR pelos mesmos índices;
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pagamento da PLR em duas parcelas, a primeira até 30 de setembro e a segunda até março de 2026;
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manutenção de cláusulas sociais históricas, como combate ao assédio organizacional e respeito à jornada legal de trabalho;
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compromisso de avançar em negociações sobre metas abusivas, saúde mental e contratações, diante da sobrecarga crescente nos bancos.
Para a CTB, lembrar o 28 de agosto é reconhecer a força de uma luta que nasceu na defesa do reajuste justo e que hoje se expande para questões estruturais do mundo do trabalho. “Os bancários e bancárias são exemplo de organização e resistência. O desafio atual é enfrentar a exploração dos bancos e garantir qualidade de vida para quem constrói todos os dias o sistema financeiro”, destaca a Central.
Neste Dia Nacional dos Bancários e Bancárias, a homenagem vai para cada trabalhadora e trabalhador que, apesar da pressão e da exploração, mantém viva a chama da resistência coletiva. A luta contínua!