Na Câmara dos Deputados, parlamentares petistas realizam seminário em comemoração e defesa do bioma
No Dia Nacional do Cerrado, a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara realizou, nesta quinta-feira (11/9), um seminário que transformou a data em ato político pela preservação do bioma. O evento foi convocado pela presidenta da Comissão e coordenadora do GT Cerrado, deputada Dandara (PT-MG), e reuniu lideranças comunitárias, ambientais e parlamentares.
Cerrado, a savana mais biodiversa
Em sua abertura, Dandara denunciou os sacrifícios que o Cerrado sofre em função do avanço do agronegócio predatório. “O Cerrado é a savana mais biodiversa do mundo. Reúne 5% de toda a biodiversidade do planeta e é a grande bacia das águas, o coração do nosso país. Mas, infelizmente, tem sido um bioma de sacrifício, tem sido silenciado, colocado em segundo plano”, pontuou. A parlamentar lembrou ainda a ausência de políticas públicas de proteção contra o fogo e registrou solidariedade aos brigadistas que combatem incêndios em todo país, muitas vezes voluntariamente.
A deputada também destacou a luta no Congresso: “Não é fácil ser uma deputada da pauta ambientalista nesta Casa, mas eu tenho muito orgulho de representar o bioma da minha terra, representar o Cerrado e ser uma mulher casca grossa, raiz forte, como muitas e muitas que estão aqui”. Entre as prioridades legislativas, ela citou a regulamentação da profissão de brigadista, a PEC 504 – que reconhece o Cerrado como patrimônio nacional, e projetos sobre manejo sustentável e sociobiodiversidade.
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Em defesa do Cerrado
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) que também é Coordenador da Frente Ambientalista, em seu pronunciamento reforçou o alerta, dizendo que “boa parte das bacias hidrográficas dos principais rios, se não me engano 10 dos 12, nasce no Cerrado. Ele sustenta o país inteiro”, explicou. Para o parlamentar, a maior ameaça ao bioma é o modelo agrícola dominante: “Não podemos aceitar que aquilo que mais ameaça o Cerrado, que é o modelo de agricultura da monocultura, leve ao colapso da vida no planeta”. Tatto também criticou o retorno do chamado “PL da devastação”, que pode enfraquecer o licenciamento ambiental. “Quero agradecer, mas também chamar vocês para esta luta, que agora voltou para esta Casa. Viva o Cerrado!”.
Elisa Alexandre