Diversas atividades indígenas são realizadas no mês de abril. O “abril indígena”, como muitos defendem, insere os povos originários na caixa comemorativa dos colonizadores, que continuam a não respeitar a tradição das etnias.
De toda forma, o “abril indígena” tem sua importância por trazer para o debate político a importância dos indígenas para o Brasil e os problemas que ainda enfrentam após 525 de colonização.
De assassinatos e descasos com direitos básicos, o ponto central para garantir o resgate, proteção e reprodução cultural dos povos é a demarcação dos territórios. Foi essa a promessa do presidente Lula (PT) durante sua campanha em 2022 no Acampamento Terra Livre (ATL). Muitos parentes acreditaram nessa promessa. Alguns levados pela esperança pelo fim das violências, outros por desconhecimento dos interesses políticos que impedem a demarcação dos territórios.
Subimos a rampa, mas continuamos do lado de fora do Planalto. É assim que os governos – todos – se relacionam com os povos originários.
Segundo a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), em recém visita da comitiva presidencial ao Xingu: “Com Lula, em apenas dois anos já ultrapassamos os 10 últimos anos de outras gestões em demarcação de terras indígenas, com 13 terras homologadas e 11 portarias declaratórias assinadas”.
A parente Guajajara não se atentou que Lula e seu partido, o PT, já governa o Brasil há 16 dos 525 anos de colonização. Ou seja, Lula, assim como outros, continua com as práticas de exclusão, mas com o agravante propagandista, utilizando os povos indígenas para legitimar seu governo para o mundo e sustentar a farsa da COP 30 e toda a politica capitalista da sustentabilidade.
Aproximadamente 235 territórios aguardam a demarcação e outros 490 são reivindicados pelas etnias. Diferenças políticas entre os povos existem, é natural, são nações diferentes e assim devem ser respeitadas. Mas é preciso unidade para garantir que todos os territórios sejam demarcados.
E a unidade não é apenas entre as etnias indígenas, é com camponeses que defendem a reforma agrária; é com os quilombolas e a garantia de titulação; é com ribeirinhos e quebradeiras de coco para a preservação das unidades de conversão; é com os trabalhadores urbanos e todas as formas de opressão.
Que o “abril indígena” seja um grande ecoar para a unidade das pessoas em defesa da vida digna e suas belíssimas diferenças e para a preservação do planeta.
“Hekàn haw ihe” (Se fere minha existência, serei resistência).
“Hekàn ahy” (Demarcação já!).