DF: Com manobra de direção cutista, greve da educação é encerrada sob protestos

A assembleia que encerrou a greve dos professores da rede pública do Distrito Federal nesta quarta-feira (25) terminou em clima de revolta e protesto. Numa votação apertada e polêmica, a direção do Sinpro-DF, ligada à CUT, selou o fim da mobilização e aceitou a proposta feita pelo governo Ibaneis Rocha (MDB), considerada insuficiente por um amplo setor da base.

A votação foi marcada por confusão e a Polícia Militar foi acionada pelo sindicato, juntamente com seguranças, que chegaram a agredir professores.

Durante 23 dias, os professores e professoras do DF protagonizaram uma potente mobilização, que enfrentou a intransigência e ataques do governo que, desde o início, se negou a negociar, acionou o Judiciário para multar o sindicato e cortou o ponto dos trabalhadores. Contudo, a categoria lutou e resistiu bravamente.

Por isso, a proposta apresentada foi considerada insuficiente. Segundo o coletivo Alternativa Sindical DF, no qual participam ativistas da CSP-Conlutas, a proposta não apresentou nenhum centavo de recomposição salarial, divide a categoria e aumentou ainda mais a desigualdade de direitos entre professores efetivos e temporários e deixou os aposentados de fora.

O acordo incluiu apenas a promessa de nomeação de até 3 mil aprovados até dezembro de 2025, a prorrogação do atual concurso até 2027, a realização de novo concurso apenas em 2026, o pagamento dos dias cortados e o envio de um projeto de lei para atualizar os percentuais das gratificações por titulação, exclusivamente para professores efetivos.

“A principal demanda da greve, a reposição de 19,8% das perdas inflacionárias, foi simplesmente ignorada”, denunciou a oposição de base.  “O governo não apresentou nenhum centavo de recomposição salarial e sua proposta divide a categoria. Por isso, defendemos a unidade na luta”, afirma o professor Robson da Silva, membro da executiva distrital da CSP-Conlutas.

Para os setores combativos, a greve foi encerrada à revelia da categoria, num processo marcado por falta de democracia e pela tentativa da direção de preservar sua aliança com o governo local, denunciou também a Alternativa Sindical DF.

“A diretoria aceitou migalhas que não contempla todos, só divide a categoria. E atropelou a soberania da base mais uma vez… Será que o sindicato tem medo de seguir na luta? Medo de perder o controle? Medo de que a base, mais consciente e unida, exija o que realmente merecemos? (…) Se o sindicato não tiver coragem de liderar, a base deve tomar a frente. Nossa luta não acaba com migalhas”, ”, afirma o movimento.

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