
O governo de São Paulo, chefiado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem usado inteligência artificial (IA) para corrigir o dever de casa de alunos da rede pública estadual. A gestão está usando a ferramenta num projeto piloto, que atua em 5% das tarefas dos estudantes do 8º do ensino fundamental e do 1º ano do ensino médio.
As escolas têm usado a ferramenta, chamada TarefaSP, em deveres de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Química, Física, Geografia e História, o que representa cerca de 4 a 5 milhões dissertativas por mês.
Os alunos têm feito as tarefas usando a ferramenta e ao menos 95 milhões de questões foram resolvidas a corrigidas desde o início do ano letivo. Todos os deveres têm como base as aulas e o Currículo Paulista, e o conjunto de questões é liberado após os estudantes aprenderem o assunto específico.
Renato Feder, secretário de Educação do estado de São Paulo, as tarefas dissertativas demandam respostas escritas que incentivam o desenvolvimento de habilidade esperadas nos vestibulares e “em situações da vida adulta”.
“Com o assistente de correção por inteligência artificial, conseguimos ampliar o número de questões dissertativas, sem onerar os professores. Do contrário, seriam milhões de atividades a mais a serem conferidas, o que dificultaria a correção. É para isso que contamos com a IA”, justifica.

A pasta construiu a ferramenta com base no modelo de linguagem do OpenAI GPT-40 mini. O mecanismo confere as respostas dos alunos e compara com gabaritos construídos previamente por professores da rede pública.
A secretaria afirma que pretende expandir essa correção por IA para todos os alunos da rede estadual e que o projeto está sendo calibrado para diferentes faixas etárias atualmente.
A ferramenta faz parte do desmonte da educação promovido pela gestão Tarcísio, que tem usado outras tecnologias, como o SPeak no ensino de inglês, o LeiaSP para redação e leitura e o Elefante Letrado para alfabetização.
Feder alega que essas plataformas dão mais oportunidades de aprendizado aos alunos e permite que a gestão acompanhe se há menor engajamento nos estudos. Professores e especialistas na área ouvidos pelo jornal O Globo têm criticado essa expansão da tecnologia enquanto se discute, por exemplo o abuso de telas.
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