As forças de segurança do Rio de Janeiro ocupam, desde as primeiras horas desta segunda-feira (15), 10 favelas em seis bairros da Zona Oeste do Rio. Segundo o governo do Estado, foram mobilizados dois mil agentes na “ação integrada”, que tem o objetivo de barrar as disputas territoriais entre traficantes e milicianos, que ocorrem há cerca de dois anos na região.
As autoridades locais comunicaram, em coletiva de imprensa, a operação tem como pano de fundo informações de inteligência e dados de ocorrências nesses locais, afim de combater crimes de “todos os tipos” e ações de lavagem de dinheiro. Os agentes também buscam cumprir mandados de prisão em aberto.
Até o momento, foram ocupadas, por tempo indeterminado, as favelas de Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão, César Maia, nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá, Vargem Grande e Vargem Pequena.
“Em torno de 30 a 40 dias atrás, nós percebemos, até pela quantidade de mandados de prisão em aberto, a inteligência mostrava a questão de uma guerra de facções muito pesada nessa região e o aumento dessa mancha criminal, que era necessário que a gente fizesse uma ação integrada. Então hoje, uma grande ação integrada. A ideia é a gente dar esse choque”, disse o governador Cláudio Castro, em entrevista coletiva.
“Começamos hoje uma ação estruturada. Uma ação que advém de diversas investigações. Essa ação integrada não tem dia para acabar, ela será permanente enquanto a gente julgar necessária essa ação mais forte”, acrescentou o político.
Além de 200 viaturas e 40 motocicletas, também são usadas na megaoperação duas aeronaves blindadas, drones com reconhecimento facial e uma ambulância blindada.
Prisões, bombas e demolição
Ainda não foi divulgado nenhum balanço sobre as ações militares. Contudo, ao menos três pessoas foram presas até o momento.
Um dos homens presos foi identificado como Maicon Silva de Paula. Ele foi detido em casa, no Beco do Borracheiro, no Recreio, com pelo menos 100 sacolés de maconha, uma pistola, munições e dinheiro em espécie.
Além disso, criminosos que fugiam pela Linha Amarela abandonaram um carro, na altura da Avenida Geremário Dantas, sentido Fundão, com três granadas. O Esquadrão Antibombas foi acionado e desativou os explosivos.
Na Cidade de Deus, agentes retiram barricadas das ruas e também demoliram uma construção irregular.
Reação popular
Ontem (14), moradores das favelas usaram as redes sociais para espalhar avisos sobre a megaoperação desta segunda.
Segundo o G1, no Morro Dona Dalva, na Muzema, algumas casas tinham diversas marcas de tiros, enquanto outras traziam cartazes com pedidos de paz.
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