Por Altamiro Borges

Divulgada na sexta-feira (15), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a taxa de desemprego caiu em 18 estados brasileiros no segundo trimestre de 2025. Nas outras nove unidades da federação, o índice ficou estável. Com isso, a média geral do desemprego foi de 5,8%, o que representa uma expressiva queda em relação ao primeiro trimestre, quando ficou em 7%. É a menor taxa para o período desde que o IBGE começou a calcular o índice, em 2012.

Tiveram queda na taxa de desemprego: Santa Catarina, Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão, Alagoas, Amapá, Piauí, Paraíba, Minas Gerais, Pará, Bahia, Amazonas e Rio Grande do Norte. Já os estados com estabilidade foram: Pernambuco, Distrito Federal, Sergipe, Acre, Roraima, Tocantins, Paraná, Mato Grosso e Rondônia. As maiores taxas se deram em Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%); e as menores, de Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).

Recuo da informalidade e aumento da renda

A PNAD-Contínua também confirmou o aumento do emprego formal e o recuo da informalidade – que segue alta, de 37,8% da população ocupada. A pesquisa ainda aponta a redução de 23,6% no contingente de pessoas que procuram trabalho há dois anos ou mais. Para Willian Araújo, analista do IBGE, “o primeiro trimestre mostrou que o mercado conseguiu absorver grande parte da mão de obra temporária. Agora, os dados do segundo trimestre confirmam que o mercado continua resistente a pioras, indicando um cenário positivo”.

Com a redução do desemprego, o poder de barganha dos trabalhadores cresceu e resultou em aumento da renda – o que é motivo para desespero da cloaca burguesa. O rendimento médio real habitual chegou a R$ 3.477 – um avanço tanto em relação ao trimestre anterior (R$ 3.440) quanto ao do ano passado (R$ 3.367). O Sudeste puxou a alta, com rendimento médio de R$ 3.914 e crescimento de 1,8%. A massa de rendimento real também aumentou e atingiu R$ 351,2 bilhões, novo recorde da série histórica. A maior parte desse montante está concentrada no Sudeste (R$ 177,8 bilhões), confirmando o peso da região mais rica do país no total da renda gerada.

O aumento do emprego e da renda não ocorreu, como disse um editorial patético do ‘Estadão’, por causa da “sorte do presidente Lula”. Ele é fruto das decisões políticas do governo, com a política de valorização do salário mínimo, a retomada de inúmeros programas sociais e o fortalecimento do papel indutor dos bancos públicos – entre outros fatores. Essas ações ganham ainda maior relevo quando se sabe que a economia segue arrochada pela política monetária criminosa de juros do Banco Central “independente” e pelo chamado Novo Arcabouço Fiscal (NAF).

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Last Update: 18/08/2025